Fiscais leopoldenses já notificaram 90 consumidores por desperdício de água e 511 denúncias foram apuradas. Comusa diz que hamburguenses diminuíram consumo em 70 %. . .
Felipe de Oliveira [email protected] (Siga no Twitter)
Moradores das duas maiores cidades do Vale do Sinos seguirão sem água pelo menos por um dia da semana até 2012.
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Consumo de água reduz, mas Comusa mantém alerta
O Serviço Municipal de Água e Esgoto de São Leopoldo (Semae) anunciou quarta-feira, dia 14, que manterá o plano de racionamento até janeiro em razão do baixo nível do rio. “As condições do manancial são as mesmas e não há previsão de chuvas regulares”, justifica Luiz Antonio Castro, diretor do órgão. Já a Comusa – Serviços de Água e Esgoto de Novo Hamburgo diz que o racionamento segue por tempo indeterminado.
Desde o início de dezembro, 20 fiscais do Semae, da Secretaria de Meio Ambiente e da Defesa Civil já notificaram 90 consumidores por consumo excessivo em São Leopoldo. Decreto assinado pelo prefeito Ary Vanazzi determina multa de R$ 114,43 a R$ 572,15 para quem for flagrado lavando o carro, a calçada, irrigando jardins ou reabastecendo piscinas com água potável. “Vamos intensificar a fiscalização na semana que vem, quando aumenta muito o consumo em função do Natal”, antecipa Vanazzi. De 511 denúncias recebidas pelo telefone 0800 510 2910 até quarta, 418 não puderam ser comprovadas.
Segundo Castro, o sistema de telemetria que mede o nível de reservação de água mostra que o racionamento leopoldense deu resultado. Até a semana passada, antes do plano ser adotado, a capacidade dos reservatórios chegou a 10%; agora, se mantém em 60%. O abastecimento é suspenso todos os dias da semana, das 7h às 15h, a partir de um rodízio entre cinco zonas.
O custo com o tratamento da água e a manutenção das bombas de captação aumentou 20% em São Leopoldo. Nesta quinta, 15, na base de captação, no bairro Pinheiros, o nível do rio estava em 1,20 metros, segundo medição do Pró-Sinos. O oxigênio era 1,6 miligramas por litro e a condutividade, que deve ficar em 80 microSimens por centímetro (µS/cm), estava em 177 µS/cm, o que indica a presença de metais pesados e exige a mistura de mais produtos químicos para tratar a água: cloro e sulfato de alumínio. Para tirar o odor são utilizados até 750 quilos de carvão ativado por dia, quando em condições normais seriam 310 kg.
Em Novo Hamburgo, o sistema também foi dividido em cinco setores, só que o racionamento é suspenso aos finais de semana. De acordo com dados da Comusa, depois de 18 dias de aplicação do plano a economia já é de 70%. A autarquia mediu, na quinta-feira, 2,30 metros na base de captação no rio, em Lomba Grande.
FOTO: Felipe de Oliveira / novohamburgo.org