Membros do Pró-Sinos divulgam relatório que aponta para a presença de substâncias industriais nas águas, o que afastaria hipótese de esgoto doméstico ter matado peixes.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Não foi o esgoto doméstico dos municípios da região a causa da mais recente mortandade de peixes no Rio dos Sinos, há cerca de 10 dias.
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Pelo menos é o que aponta relatório divulgado por prefeitos membros do Consórcio Público de Saneamento Básico da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos – Pró-Sinos, divulgado na última sexta-feira, dia 10. O documento ainda não é conclusivo, mas aponta para a presença de metais e outras substâncias tóxicas relacionadas a despejos industriais nas águas.
O prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi (PT), que preside o Pró-Sinos, diz que o relatório será entregue ao Ministério Público Estadual. Segundo ele, os 16 municípios participantes do encontro conseguiram aprovar verba de R$ 700 milhões na segunda versão do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC 2, do Governo Federal, para tratamento de esgoto.
Já a secretária de Meio Ambiente de Campo Bom, Gisela de Souza, lembra que o Pró-Sinos está elaborando um simulador de cenário em tempo real que fará monitoramento das águas. Há indícios de que a mortandade tenha começado justamente em Campo Bom, onde teria aparecido uma espuma branca nos dias em que os peixes foram encontrados agonizando.
Ministério Público suspeita
de administrações municipais
O estudo apresentado pelos prefeitos foi uma reação à ameaça do Ministério Público – MP, que pretende responsabilizar as administrações municipais pela mortandade, caso seja comprovado que foi provocada pelo despejo de esgoto.
Quem explica a suspeita é o promotor regional de Defesa do Meio Ambiente, Daniel Martini. “Se isso decorreu devido a alguma negligência do município, seus agentes poderão vir a ser punidos em esfera criminal.”
O prefeito de Novo Hamburgo, Tarcísio Zimmermann (PT), na foto, admite a gravidade do problema. Não se furta, porém, de responder ao MP. “Reconhecemos a gravidade do problema do tratamento de esgoto e estamos enfrentando. Mas queremos uma apuração séria e não espetacularizada do que causou a mortandade. Não aceitamos este ambiente intimidatório.”
Com informações de rádio ABC 900 e Assessoria de Imprensa Prefeitura de Campo Bom
FOTO: divulgação / PMNH