Para João Carlos Corrêa Grey, da Vara da Infância e Juventude de Novo Hamburgo, Jacson Nauta de Quadros estaria em outro Estado.
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Quando a informação de que Jacson Nauta de Quadros (foto), de 19 anos, conhecido como Jundiá, teria participado de um estupro, a revolta tomou conta da comunidade hamburguense.
Trata-se do mesmo jovem que assumiu a autoria de 12 assassinatos em 2008, ficou até o último mês de março e internado no Case de Novo Hamburgo e foi liberado em função de a legislação brasileira prever, no máximo, três anos de internação para jovens infratores.
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Do Case, Jundiá teria ido para o Distrito Federal e passado a ser acompanhado pelo Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte, da Secretaria de Direitos Humanos, de onde a Polícia acredita que ele fugiu para cometer o novo crime. Não é o que diz o juiz da Vara da Infância e Juventude de Novo Hamburgo, João Carlos Corrêa Grey, surpreso com as acusações de estupro contra o jovem.
Para Grey, Jundiá não poderia ter cometido o crime no bairro São José, na última sexta-feira, dia 05, porque estaria em outro Estado. “Ele não tem nada a ver com esse delito”, afirma, em entrevista ao Jornal NH. “A vigilância nunca foi quebrada e não sei de onde surgiu a informação de que teria abandonado o programa há 45 dias, até porque seria um absurdo eu não ficar sabendo.”
A notícia das buscas a Jundiá, conforme o juiz, causaram preocupação na Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente. “Recebi documentos e telefonemas de Brasília sobre este fato, dizendo que não pode ser. Estão procurando no lugar errado ou pessoa errada.”
Em nota expedida ontem, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, chefiada pela ministra Maria do Rosário, diz que não divulga nomes ou informações de quem está no programa para preservar a integridade física dos protegidos.
Caça ao Jundiá continua
Apesar dos questionamentos de João Carlos Corrêa Grey, Polícia Civil e Brigada Militar mantêm a caçada ao suspeito, que começou na noite de sexta-feira, logo após o estupro, e se intensificou a partir de sábado, com a decretação da prisão preventiva.
Jundiá é considerado o foragido Número 1 do Vale do Sinos. “Trabalhamos com a prova. A vítima do estupro afirmou em dois depoimentos que foi o Jundiá, assim como o irmão dela quatro vezes e outras testemunhas”, sustenta o delegado da 3ª DP de Novo Hamburgo, Ayrton Martins, também ao Jornal NH.
Martins diz ainda que houve coleta de material genético no corpo da vítima para comparação em teste de DNA. Segundo o delegado, a informação de que Jundiá fugiu há 45 dias do programa do governo surgiu no próprio bairro São José, onde ele estaria escondido. “O sistema de proteção federal depende da pessoa protegida. Ele não está preso.”
Erramos: Até às 17h20min, constava nesta matéria que o Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte faz parte do Ministério da Justiça. O texto está corrigido.
FOTO: reprodução