Empresa responsável pela execução do projeto da nova casa gremista depende ainda de liberação de financiamento junto ao BNDES para iniciar as obras.
Felipe de Oliveira [email protected]
O principal projeto gremista fora de campo nos últimos anos pode ruir antes mesmo de sair do papel. A Arena Grêmio está ameaçada. Um grupo político ligado ao ex-presidente Hélio Dourado começa a cogitar a remodelação do Estádio Olímpico. Já tem inclusive projeto pronto (foto).
As incertezas começaram a pairar sobre o projeto Arena depois que veio a público uma cláusula do contrato entre Grêmio e OAS para execução da obra. O documento prevê que se a empresa não obtiver financiamento junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES até o dia 05 de março de 2010, não é obrigada a cumpri-lo. A partir de sábado, 05 de setembro de 2009, exatamente 180 dias para que a questão seja resolvida. E não é pouco dinheiro. Trata-se de no mínimo 45% do valor total da obra, orçada em R$ 350 milhões.
A idéia de construir um novo estádio não é unanimidade no Conselho Deliberativo. Embora tenha sido aprovada em maio de 2007, gera descontentamento em alguns grupos políticos. O principal argumento é a mística do Estádio Olímpico, construído em 1954 e palco de grandes glórias. Questões como a situação de sócios que tem cadeira cativa pagando mensalidade e a forma como a Arena será administrada são as mais polêmicas. O clube não teria participação em negócios como shopping, hotel e centro de convenções em torno do novo estádio. O contrato com a OAS foi assinado em 19 de dezembro do ano passado e criada a Grêmio Empreendimentos para gerir a obra.
UMA NOVA “VELHA” CASA
A remodelação do Estádio Olímpico é bancada pelo movimento Grêmio Acima de Tudo e o projeto concebido pelo arquiteto Plínio Almeida, falecido em junho. Prevê também a construção de um complexo de negócios nos arredores cujos rendimentos seriam do clube: três torres de apartamentos, centro comercial, hotel, centro de convenções e edifício-garagem.
Os detalhes sobre a remodelação proposta estão no blog do Grêmio Acima de Tudo na Internet. A partir do rebaixamento do gramado, 16 mil lugares seriam construídos em 12 novos degraus. A ampliação seria uma das fontes de renda para financiar o projeto. Outra, conforme o movimento, a abertura de capital da Grêmio Empreendimentos no mercado especulativo. A direção gremista ainda sonha em sediar jogos da Copa do Mundo do Brasil em 2014. Seja na nova Arena, ou no Estádio Olímpico. Atualmente, apenas o Beira Rio está credenciado junto à Fifa em Porto Alegre, uma das 12 sedes do mundial.
GREMISTAS DO VALE DO SINOS PREJUDICADOS

Quem não deve estar comemorando muito a notícia a respeito da possibilidade de remodelação do Olímpico são os gremistas do Vale do Sinos e Região Metropolitana. Afinal, a Arena seria construída às margens da Freeway, no bairro Humaitá, entrada da Capital. O acesso para torcedores dessas regiões seria facilitado.
Gremista “desde criancinha”, Gilvan Müller, 26 anos, só não vai mais aos jogos justamente em função da distância de Novo Hamburgo. Dá para imaginar o que pensa sobre a possibilidade de mudança de planos. “Para nós que moramos no Vale do Sinos ficaria muito melhor com a Arena”, defende o torcedor. “Sem falar na modernidade do projeto, conforto, estrutura ao redor. No Estádio Olímpico não tem nem espaço para uma remodelação.” A conclusão do novo estádio era prevista para 2012 e até lá a extensão da Linha 1 do Trensurb de São Leopoldo à Novo Hamburgo já estaria pronta, facilitando ainda mais o deslocamento à Porto Alegre.
Com informações de Zero Hora