Rafael Correa chegou a ser atingido por bomba de gás lacrimogêneo e se abrigou em hospital, de onde foi resgatado por militares leais à presidência.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Mais de 800 militares da tropa da Polícia Nacional do Equador se rebelaram na quinta-feira, dia 30, em Quito. Eles protestam a suspensão do pagamento de bônus, gratificações e promoções.
A manifestação ocorreu no mesmo dia em que o presidente equatoriano, Rafael Correa, examina a possibilidade de dissolver o Congresso, com base na Constituição do país, e antecipar as eleições gerais.
Os policiais protestam contra a aprovação da Lei do Serviço Público, pela Assembléia Nacional, que elimina a concessão de benefícios para os servidores que receberam promoções, prêmios e títulos.
Na manhã da quinta-feira, policiais tomaram o controle dos principais quartéis da polícia, em uma rebelião que se espalhou por Guayaquil e Cuenca. A polícia invadiu o Congresso e forças de segurança tomaram também o aeroporto internacional de Quito. Correa tentou falar diretamente aos policiais em greve, mas os manifestantes responderam com bombas de gás lacrimogêneo, e uma o atingiu.
Correa então se abrigou no Hospital da Polícia Nacional, protegido pelo grupo de operações especiais da polícia, que se manteve leal à presidência. Na noite da quinta, uma operação militar foi realizada para resgatar o presidente do hospital onde ele estava cercado pelos policiais em protesto. A operação de resgate deixou dois mortos e 37 feridos, informou um porta-voz da Cruz Vermelha, Fernando Gandarillas. Ainda segundo ele, 37 pessoas se feriram na troca de tiros entre forças leais ao governo e os policiais que protestavam.
Nesta sexta-feira, 1º, o presidente do Equador disse que “não haverá perdão nem desculpas” para aqueles envolvidos nos protestos. Além disso, afirmou que realizará “uma profunda limpeza na Polícia Nacional”. Também nesta sexta-feira, o chefe de polícia do Equador, Freddy Martinez, demitiu-se oficialmente, depois de não ter conseguido conter a rebelião de policiais.
Informações de Agência Brasil e Estadão
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