Levar um sorriso, um olhar e uma palavra amiga a quem está acamado em casa por dificuldades de saúde que impossibilitem a sua ida a uma unidade de atendimento. Esse é o perfil sensível de uma equipe de atenção médica, sob a coordenação da enfermeira Caroline Tejada, que sai diariamente em visitas a pacientes em suas moradias pelos diferentes territórios hamburguenses. O grupo multidisciplinar do Programa Melhor em Casa no Município, um serviço humanizado que proporciona o cuidado mais próximo da rotina familiar, contribui para reduzir a demanda de hospitalizações, bem como o risco de infecções, além de otimizar recursos do Sistema Único de Saúde (SUS).
Em Novo Hamburgo, atualmente, são 139 beneficiários do Melhor em Casa. E, brevemente, mais uma equipe estará a postos, tendo como médico responsável o clínico geral Nasser Ibrahim Eid.
“O atendimento envolve todos que residem no lar visitado, mais amigos e vizinhos, de uma maneira ou de outra, com o objetivo de garantir melhor qualidade de vida e conforto ao paciente”, acrescenta Caroline. Ela faz questão de ressaltar o quanto é gratificante o retorno amoroso das pessoas. Junto dela, atua a médica clínica Daniela Juchem Pereira.
O grupo de trabalho conta, ainda, com as fisioterapeutas Cíntia Ritzel e Tanara Sillman, as técnicas de enfermagem Juli Naiara Netto e Luana Machado Basotti e a atendente do núcleo, Sabrina Dias, mantido em uma sala identificada como Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD), e o motorista Vandoli Cruz da Silva. O espaço está localizado junto ao Hospital Municipal de Novo Hamburgo, com entrada pela transversal Rua Henri Dunant. É dali que a equipe parte de carro, com destino programado, mas sempre pronta a atender chamados que redirecionem a rota conforme a brevidade do caso.
De acordo com a fisioterapeuta Cintia, a sua especialidade representa cerca de 60 atendimentos domiciliares por mês. A fisio faz a orientação aos familiares de procedimentos que ajudam a evitar infecções respiratórias de repetição, estimulam a parte motora e funcional de quem está acamado e previnem o surgimento de escaras. “Fazemos toda a movimentação necessária e confortável para o paciente, acompanhando as mudanças de seu quadro clínico”, completa.
Enfermeira e médica do Município participam de encontro nacional do programa em SP
A equipe hamburguense está sendo representada em São Paulo pela enfermeira Caroline e pela médica Daniela em um encontro nacional dos coordenadores do Programa Melhor em Casa, realizado no Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC), um dos maiores complexos hospitalares da América Latina. Elas participam de um curso de atualização sobre ventilação mecânica domiciliar, que começa nesta quarta-feira, 18, e segue até sexta-feira, 20. As despesas das profissionais são custeadas pelo Ministério da Saúde. Usada como suporte a tratamentos, a ventilação mecânica domiciliar tornou-se uma alternativa viável para pacientes com insuficiência respiratória crônica.
No Melhor em Casa, o cuidador também é atendido pela equipe, já que precisa passar por um treinamento que o deixe apto a exercer essa função de grande compromisso e envolvimento, o que inclui a administração de medicamentos e os cuidados de higiene e alimentação.
A cuidadora Tânia Herber, 63 anos, abre um sorriso ao falar do programa que tem contribuído para o bem-estar de sua mãe, uma senhora de 92 anos que fraturou o fêmur. “Digo que são uns anjos na minha vida”, elogia. Tânia conta que a experiência também transformou a sua própria visão sobre a vida. “Estou aprendendo dia a dia como lidar cada vez melhor com as situações que surgem, pois esse apoio serve de grande e constante aprendizado.”
São histórias assim que ganham novos contornos com o fortalecimento e a preservação de vínculos familiares que, em certas vezes, passaram por fragilidades pelo afastamento de um ente querido em virtude da internação. Para o Programa Melhor em Casa, o cadastro é feito diretamente no posto de referência do paciente ou por meio dos agentes comunitários de saúde.
* Benefícios do programa
– Melhorar e ampliar a assistência no SUS a pacientes com agravos de saúde, que possam receber atendimento humanizado, em casa, e perto da família
– Estudos apontam que o bem-estar, o carinho e a atenção familiar, aliados à adequada assistência em saúde, são elementos importantes para a recuperação de pessoas adoentadas
– Pacientes submetidos a cirurgias e que necessitam de recuperação, quando atendidos em casa, apresentam redução dos riscos de contaminação e infecção
– O Melhor em Casa representa um avanço para a gestão de todo o sistema público de saúde, já que ajuda a desocupar os leitos hospitalares, proporcionando um melhor atendimento e regulação dos serviços de urgência dos hospitais
– Estima-se que com a implantação da Atenção Domiciliar obtém-se economia de até 80% nos custos de um paciente, quando comparado de internação em um hospital
* Fonte: Ministério da Saúde