Interrupção foi aprovada nesta sexta. Paralisação em março foi sugerida, mas maioria votou pelo início na segunda.
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A partir da próxima segunda-feira, dia 21, os professores do Estado entram em greve por tempo indeterminado. A ação foi aprovada nesta sexta-feira, 18, em assembleia geral no Ginásio Gigantinho, em Porto Alegre.
Cerca de quatro mil professores participaram do encontro. Ao longo desta semana, em encontros regionais, a maior parte dos núcleos do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul – Cpers já havia se mostrado a favor da interrupção das atividades.
Uma paralisação em março, no começo do ano letivo de 2012, também foi sugerida por vertentes do sindicato. No entanto, a maioria votou pela interrupção das atividades a partir de segunda-feira.
O Presidente da Federação das Associações e Círculos de Pais e Mestres do Rio Grande do Sul – ACPM, Robison Minuzzi, afirma que a greve dos a cerca de um mês do fim do ano letivo é uma “violência” contra os 1,2 milhão de alunos da rede estadual.
“Reconhecemos as reivindicações dos professores, o direto de greve, porém o momento é completamente inadequado. Por que não no início do ano, no meio do ano?”, questiona Minuzzi.
Confira as questões polêmicas entre o sindicato dos professores e o Governo do Estado:
– Piso salarial: o Cpers pede pagamento imediato do piso nacional, de R$ 1.187 para 40 horas. A Secretaria Estadual de Educação informa que não há qualquer possibilidade financeira de pagá-lo imediatamente.
– Sistema de avaliação: o sindicato não concorda com o sistema destinado a avaliar a eficiência do ensino por meio de uma série de indicadores que incluem condições de trabalho, frequência e abandono dos alunos, por considerar que responsabiliza os professores por dificuldades estruturais. A secretaria considera que o Cpers adota uma posição “simplista de quem não quer aprofundar a proposta”.
– Reforma no ensino médio: as mudanças destinadas a aproximar o Ensino Médio do mercado de trabalho, como inclusão de disciplinas diversificadas em áreas de interesse de cada escola e a realização de “estágios” dos alunos em ambientes profissionais, não são aprovadas pelo sindicato. Esta, no entanto, é uma das principais bandeiras da Secretaria de Educação, incomodada com os índices de repetência e abandono do Ensino Médio — de 40%.
Informações de ZeroHora.com
FOTO: Ricardo Duarte / Agência RBS