Substância que leva ao câncer será reduzida em refrigerantes no Brasil. Empresas com Ambev, Schincariol e Coca-Cola comprometeram-se a mudar.
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Em meta acertada com o Ministério Público Federal – MPF, em Minas Gerais, as principais marcas de refrigerante light ou diet cítrico terão que reduzir o nível de benzeno nos próximos anos. A substância, que pode levar ao câncer, será reduzida ao máximo de 5ppb – partes por bilhão – ou 5 microgramas por litro, o mesmo parâmetro usado para a água potável.
As empresas Ambev, Schincariol e Coca-Cola são responsáveis por quase 90% do mercado brasileiro e comprometeram-se a adotar a meta. Na decisão, a redução deve ser atingida até 2017 em todo o país. Segundo o procurador da República Fernando Martins, que conduziu as negociações, o prazo de cinco anos serve para as empresas se adaptarem ao processo de produção com redução do benzeno. Quem descumprir o compromisso sofrerá penalidades, incluindo pagar multas.
Há dois anos a Associação de Consumidores Proteste já apontava alta concentração de benzeno em refrigerantes. No estudo, a associação analisou 24 mostras de diversos refrigerantes e detectou a presença de benzeno em sete delas. Em duas amostras de bebidas cítricas: Fanta Laranja Light, da Coca-Cola, e Sukita Zero, da Ambev, o nível foi superior ao considerado tolerável para consumo humano. Desde a pesquisa, o MPF investiga o caso.
Apesar de adotar a meta, a empresa Coca-Cola defendeu através de seu site que a presença de benzeno em bebidas não é uma ameaça significativa à saúde. “Alimentos e bebidas são responsáveis por menos de 5% da exposição total do ser humano ao benzeno”, dizia a nota. De acordo com a empresa, o ar é apontado como a maior forma de exposição ao benzeno, já que está presente na fumaça do cigarro, dos carros e na fabricação de plásticos, borrachas e detergentes.
Estudos apontam há décadas que a exposição ao benzeno eleva o potencial de câncer e doenças no sangue, pois é tóxico. “Ele é causador de leucemia e outros tumores, dependendo da quantidade e do tempo de exposição”, afirmou o presidente da Associação Brasileira de Hemoterapia e Hematologia – ABHH, Cármino de Souza. Entretanto, a legislação sanitária do Brasil não deu limite de benzeno para os refrigerantes, somente para a água potável.
Informações de Agência Brasil
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