Valente afirma que, “desde que respeitadas as boas práticas de mercado”, a Telebrás não prejudicará as demais concorrentes.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
O presidente da Telefônica, Antonio Carlos Valente, disse nesta sexta-feira, dia 07, que a reativação da Telebrás para gerenciar o Plano Nacional de Banda Larga – PNBL não deve prejudicar o mercado de telecomunicações “se as boas práticas de mercado” forem respeitadas.
Nesta manhã, representantes das maiores empresas de telefonia do país se reuniram com a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, o secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna, e o coordenador do Programa de Inclusão Digital da Presidência da República, Cezar Alvarez.
O governo apresentou aos empresários as perspectivas do projeto de expansão da banda larga. O objetivo do governo é que a Telebrás seja a “espinha dorsal” do projeto e que empresas privadas atuem de forma complementar, levando o serviço de internet ao consumidor final. “O mercado de telecomunicações é um mercado extremamente competitivo. A entrada de outro competidor, desde que ele siga as boas práticas de mercado, não traz nenhum problema”, disse Valente.
Nesta quinta-feira, dia 06, Rogério Santanna, futuro presidente da Telebrás, afirmou que as empresas de telefonia que argumentam que a Telebrás terá condições privilegiadas de atuação no mercado. “As companhias de telefonia procuram na regulação se proteger da competição. Elas vivem falando em concorrência e sonham o tempo todo com o próprio monopólio. E agora vão concorrer”, disse.
Possíveis privilégios
Santanna argumentou que a Telebrás não terá privilégios ou isenções específicas, mas disse que o governo terá maior facilidade de contratá-la, porque não serão necessários procedimentos de licitação. Questionado sobre as declarações do futuro presidente da estatal, o presidente da Sinditelebrasil, Eduardo Levy, que também esteve na reunião desta sexta, evitou polemizar.
Segundo ele, diante do PNBL, o “melhor que as empresas privadas fazem é aderir”. Ele ressalvou, no entanto, que será preciso resolver divergências e tratar “de forma desigual os desiguais”. “É preciso estudar desonerações para determinadas localidades e empresas. Encontrar uma convergência de interesses que traga benefício para a sociedade”, disse.
JUSTIÇA – Sobre a possibilidade de entrar com uma ação judicial contra o plano de banda larga e a reativação da Telebrás, Levy disse que o instrumento seria um último recurso. “Justiça é sempre a última opção. Precisamos desarmar esse tipo de pensamento. Trabalhamos em busca da convergência de idéias”.
Já o presidente da Telefônica disse que no momento seria “leviano” falar em ação judicial. Segundo ele, é preciso aguardar a publicação do decreto que cria o PNBL para estudar a necessidade de recorrer à Justiça. “Ninguém está pensando em nada. Foi comentado que o decreto deve ser publicado na próxima semana e aí poderemos fazer uma avaliação. Acho que hoje seria leviano fazer qualquer avaliação”, disse Valente.
Informações do portal G1.
FOTO: reprodução / stock.xchng