A enchente histórica que atingiu São Leopoldo causou grandes prejuízos econômicos, afetando significativamente o setor empresarial da cidade. Em resposta a essa situação, o assessor especial do gabinete do prefeito, Nelson Spolaor, recebeu nesta quarta-feira (22) representantes de instituições empresariais para uma reunião a fim de tratar da situação econômica de São Leopoldo, especialmente as consequências da enchente. Foi discutido o futuro das entidades, as parcerias com o poder público e o esclarecimento de dúvidas quanto aos benefícios do governo federal.
No começo do encontro, Spolaor atualizou dados e as ações do governo municipal. Os empresários pontuaram ser importante para repassar as informações aos associados, que ainda têm muitas dúvidas.
O prefeito Ary Vanazzi falou sobre os caminhos para a reconstrução, fazendo alusão à crise econômica em época de pandemia. “Durante a pandemia nós passamos por uma crise que também parecia sem solução, mas com muito trabalho e diálogo conseguimos nos reinventar e saímos daquela situação, construindo um cenário até melhor do que antes da crise. É disso que precisamos: capacidade de se reinventar e nos manter coordenados através de um plano de ação para os associados de vocês”, declarou.
O titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turístico e Tecnológico, Mário Rosito, pontuou a importância da Câmara Temática de Desenvolvimento Industrial como uma via para o início da organização para a reconstrução do setor empresarial. “Queremos que o ponto central da reconstrução desse setor seja a Câmara Temática, já que são atores que já participam das decisões, estão acostumados com isso e que se conhecem há bastante tempo, com capacidade de dialogar de maneira propositiva”, destacou. A Câmara se reunirá na próxima sexta-feira.
As principais demandas dos empresários se voltaram para benefícios fiscais, de crédito e flexibilizações em normas trabalhistas, além de questões de segurança. “Estamos vendo empresários apavorados e clientes desesperados”, exclamou o presidente do Sindimetal, Sérgio Galera. O poder público necessita passar segurança para que as empresas possam continuar onde estão sem o risco da água voltar.
Os empresários relataram dificuldade nas negociações com os Sindicatos e solicitaram que o Poder Executivo Federal utilize a Lei 14.437/2022, que os autoriza a adotar medidas trabalhistas alternativas para enfrentamento das consequências sociais e econômicas de Estado de Calamidade Pública. A Lei prevê a possibilidade de medidas emergenciais, como o teletrabalho, a antecipação de férias individuais, concessão de férias coletivas, aproveitamento e antecipação de feriados, entre outras.
Auxílio de empresa
A analista de Relacionamento com Clientes do Sebrae-RS, Daniela Bittencourt, anunciou que a entidade irá contribuir com R$ 800 mil para auxiliar micro e pequenos empresários na reconstrução de seus negócios. Os critérios para o recebimento do benefício ainda não estão completamente definidos e as entidades empresariais da Câmara Temática de Desenvolvimento Industrial irão auxiliar na seleção dos beneficiários. O apoio é direcionado especificamente para a recuperação da infraestrutura, para que as pequenas empresas possam retomar as atividades o mais breve possível, além de uma destinação a consultorias de apoio financeiro.
Também participaram da reunião o diretor executivo do Sindimetal, Valmir Pizzutti; o presidente da Associação Comercial, Industrial, de Serviços e Tecnologia (Acist-SL), Daniel Klafke; o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Olinto Menegon; e o presidente do Sindilojas, Walter Seewald.