Familiares prestam homenagens à memória dos passageiros do vôo JJ 3054, mortos em São Paulo, em julho de 2007. Na semana passada, TAM e Anac foram responsabilizadas pela tragédia.
Felipe de Oliveira [email protected] (Siga no Twitter)
São Paulo: 17 de julho de 2007. Um acidente com um avião da TAM mata 199 pessoas no aeroporto de Congonhas. Era a maior tragédia da história da aviação civil brasileira.
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Quatro anos depois, em 2011, as feridas que ficaram nas famílias dos mortos do vôo JJ 3054, que saiu do aeroporto Salgado Filho (RS) com destino à capital paulista, seguem abertas. Neste domingo, uma missa na Catedral Metropolitana de Porto Alegre encerrou o 38° Encontro de Familiares das Vítimas.
As atividades iniciaram no sábado, dia 16, em São Paulo, marcando os quatro anos da tragédia. O encontro é promovido pela Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo TAM JJ3054 – Afavitam e foi realizado no Hotel Quality Suítes Congonhas, reunindo cerca de 200 pessoas.
Essa foi a primeira reunião do grupo após a denúncia à Justiça, pelo Ministério Público Federal – MPF de São Paulo, na semana passada, que apontou três pessoas como responsáveis pelo acidente – dois executivos da TAM e uma ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil – Anac.
Justiça aponta culpados
Para o vice-presidente da associação das vítimas, Archelau Xavier, os últimos dias foram favoráveis para a luta do grupo que busca a punição dos culpados e a construção de um memorial no local do acidente. “A verdade é a identificação dos culpados e a justiça será a punição deles. Assim, não irão ocorrer mais acidentes por negligencia e imprudência humana.”
A opinião de Xavier é parecida com a do deputado estadual gaúcho pelo PSDB, Lucas Redecker (foto). O pai dele, Júlio Redecker, deputado federal que tinha carreira política identificada com a cidade de Novo Hamburgo, foi uma das vítimas. Na semana passada, em entrevista ao Portal novohamburgo.org, Lucas comentou a decisão do MPF, avaliando como positiva, mas destacando a necessidade de punição severa aos culpados.
Na última sexta-feira, 15, o juiz federal Márcio Assad Guardia, substituto da 8ª Vara Federal Criminal de São Paulo, recebeu a denúncia do Ministério Público Federal. Na decisão, disse constatar “que a peça acusatória obedece aos requisitos previstos no artigo 41 do Código de Processo Penal, porquanto contém a descrição circunstanciada dos fatos, a qualificação dos acusados e a classificação do crime”.
Foram denunciados criminalmente Denise Abreu, então diretora da Anac; Alberto Fajerman, que era vice-presidente de operações da TAM; e Marco Aurélio Castro, então diretor de segurança de vôo da companhia aérea. Para o MPF, essas três pessoas expuseram a perigo o Airbus A320 ao não impedi-lo de pousar em Congonhas diante das condições da pista.
Com informações de R7 e G1
FOTO: reprodução / Correio do Povo