O valor estimado do prejuízo ao crime organizado ultrapassa 10 milhões de reais, já que todo crack apreendido poderia render mais de meio milhão de pedras.
No último final de semana, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, por meio da 3ªDIN/Denarc, realizou a maior apreensão de crack em uma única ação da história da instituição. A operação Reditus aconteceu após uma investigação que iniciou há 60 dias na cidade de Sapiranga, com o objetivo de combater o tráfico de entorpecentes na região do Vale dos Sinos.
Além dos 96 kg de crack, foram apreendidos 94 kg de cocaína e 66 kg de maconha. O grupo criminoso, com sede no Vale dos Sinos, estava tentando se reorganizar no esquema de abastecimento de entorpecentes em larga escala no estado, mesmo após a deflagração das operações Satus e Sonitus em janeiro e março deste ano.
A investigação revelou que o grupo havia mudado sua forma de atuação, utilizando áreas rurais para armazenamento das grandes quantidades de drogas. Durante o monitoramento do homem responsável pela entrega dos entorpecentes nos locais de venda, foi constatado que ele comparecia com frequência em um sítio localizado numa área rural do município de Araricá.
No dia dos fatos, quando o homem saiu do interior do sítio e conduzia seu veículo numa estrada na área rural do município, foi feita sua abordagem. No interior do seu veículo foram encontrados 3 quilos de cocaína pura e 20 mil reais em dinheiro. Em razão da situação de flagrante, foi feito o ingresso no interior do sítio. Em um galpão localizado no final da propriedade foram encontrados os entorpecentes escondidos em tonéis. Também foram apreendidos telefones celulares, material para embalar os entorpecentes, balanças para pesagem da droga e o veículo utilizado para a entrega dos entorpecentes.
A cocaína apreendida é de origem peruana e possui altíssimo grau de pureza, a qual submetida a processos químicos poderia render até 5 vezes a quantidade ao crime organizado, segundo informou o delegado Gabriel Borges. Um segundo homem que não era investigado inicialmente e que saía da parte da frente do sítio no momento da entrada da equipe policial também foi conduzido à Delegacia de Polícia e terá sua conduta apurada em sede de inquérito policial.
O valor estimado do prejuízo ao crime organizado ultrapassa 10 milhões de reais, já que todo crack apreendido poderia render mais de meio milhão de pedras a serem vendidas pelas ruas da região metropolitana de Porto Alegre e interior do estado. O delegado Gabriel Borges ressaltou que a ação quebrou a logística e afetou de forma muito significativa as finanças do crime organizado, e que os trabalhos investigativos visando grandes apreensões de drogas, responsabilização das lideranças do crime organizado e descapitalização das organizações criminosas continuarão como principal foco de atuação.
Foto: Divulgação/PC