Implantação do sistema no transporte coletivo foi condição para permissão de reajuste da tarifa no final do ano passado e deveria ter ocorrido em 1º de janeiro de 2010.
Felipe de Oliveira [email protected] (Siga no Twitter)
Quem anda de ônibus em Novo Hamburgo sente o peso da tarifa no orçamento familiar no final do mês.
Para se deslocar entre um bairro e outro, o usuário gasta hoje quase R$ 10,00, considerando trajetos de ida e volta. A tarifa do transporte coletivo custa R$ 2,20 e para fazer esse deslocamento, normalmente, são necessárias duas linhas.
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Até aí, nenhuma novidade. O detalhe é que os hamburguenses já deveriam estar gastando a metade desse valor há mais de quatro meses. Ao assinar decreto autorizando aumento no preço da passagem, em 31 de agosto do ano passado, o prefeito Tarcísio Zimmermann (PT) prometeu a implantação do sistema de passagem integrada para 1º de janeiro de 2010.
A Prefeitura alega que um impasse entre a empresa contratada para implantar o sistema e as concessionárias do transporte coletivo é o motivo do atraso. Courocap, Futura e Hamburguesa já tem os aparelhos instalados em seus ônibus pela Versul. A Viação Futura, no entanto, não aceitou o método utilizado.
Resultado: o projeto só deve sair do papel em 2011. Seria necessária, segundo o prefeito, nova licitação prevendo todas as exigências para implantação do sistema. A Câmara Municipal anunciou na última quinta-feira, 08 de abril, a promoção de audiência pública nos próximos dias para ouvir a sociedade a respeito do tema.
Vale lembrar que a passagem integrada foi uma das principais propostas da coligação Meu Coração Diz Sim, que elegeu o Partido dos Trabalhadores pela primeira vez em Novo Hamburgo no pleito de 2008.
Só falta implantar, diz Vernisul
Vander Eli da Silva, responsável operacional da Versul, garante em entrevista ao Jornal NH , que a passagem integrada já poderia ter entrado em funcionamento. Seria necessário apenas converter os créditos dos bilhetes eletrônicos para valores em dinheiro. Os estudos para as alterações relacionadas às linhas que precisariam de mudanças estão prontos.
Silva explica que pela tecnologia de GPS implantada seria possível saber a localização dos ônibus por meio do celular. O usuário poderia recarregar os cartões dentro do próprio coletivo, desde que a compra fosse realizada anteriormente pela Internet. A segunda passagem seria totalmente gratuita.
Tecnologia é insuficiente, alega o prefeito
Também ao Jornal NH, o prefeito Tarcísio Zimmermann avalia que a tecnologia oferecida pela Versul de fato é insuficiente. Lembra das filas enfrentadas por estudantes na volta às aulas para recarregar os bilhetes eletrônicos como exemplo. “Se a Versul tem tecnologia para recarregar no ônibus, por que não usou para os estudantes?”
A passagem integrada, para Zimmermann, depende da concordância de todos os operadores do transporte público. Por outro lado, defende que a Prefeitura deve determinar as necessidades do sistema, não as empresas. “O Município tinha pouco domínio sobre o sistema e sobre o seu processo de funcionamento”, justifica o prefeito. Diz ainda que as empresas até hoje decidiram as mudanças sozinhas e a partir de agora a administração municipal fará parte do processo.
CONTRADIÇÃO – Sobre a alegação de tecnologia insuficiente da Versul, Vander da Silva aponta contradição. “A tecnologia é tão insuficiente que desde 2007 a Prefeitura economiza R$ 70 mil por mês”, argumenta, revelando que com a recarga dos cartões realizada no Centro Administrativo Leopoldo Petry os cofres públicos já economizaram R$ 2,1 milhões.
FOTO: reprodução / Portoimagem