Formax lança a primeira aplicação prática brasileira do TPU – Poliuretano Termoplástico desenvolvido a partir de fontes vegetais
Surge na indústria calçadista a primeira aplicação prática brasileira de poliuretanos termoplásticos – TPU – desenvolvidos com base orgânica em substituição ao petróleo. A inovação vem pelas mãos da Formax Quimiplan – Componentes para Calçados Limitada, de São Leopoldo/RS, que há dez anos já desenvolve um trabalho pioneiro de reciclar resíduos de seus próprios produtos.
A direção da empresa está lançando o Thermogreen, linha de contrafortes e couraças – peças internas que estruturam os sapatos,produzida a partir de polímeros feitos de fontes renováveis, como soja, milho, mamona e girassol, por exemplo.
“O Thermogreen é a era do biodiesel chegando à indústria calçadista”, compara Flávio Faustini, diretor da Formax. A empresa é líder brasileira no fornecimento destes insumos e incorporou a busca de soluções para negócios sustentáveis a suas estratégias cotidianas.
Além de representar um avanço ambiental relevante, o novo produto tem significação comercial e econômica. Faustini destaca que o Thermogreen vai agregar valor e ajudar a desvincular o calçado dos custos crescentes dos derivados de petróleo, mantendo as propriedades e eficácia da formulação tradicional. Na prática, estes componentes, agora gerados a partir de fontes vegetais, chegam ao mercado com preço similar ao dos petroquímicos.
O fabricante estima que os ganhos serão percebidos durante o avanço concreto na questão da sustentabilidade do planeta. O mundo deve consumir 16,3 bilhões de pares de calçados em 2007. Mais de 700 milhões são produzidos no Brasil. Os contrafortes, usados como reforço interno na altura do calcanhar, e as couraças, utilizadas com a mesma função sobre o peito do pé, estão em grande parte desta produção.
Soluções para os desafios globais
Outra característica ambiental importante do Thermogreen é que pode ser integralmente reciclado. A Formax, aliás, é pioneira na reciclagem da matéria-prima usada em couraças e contrafortes, mesmo quando de origem petroquímica. Desde a década de 90, recolhe as sobras do produto, que chega às indústrias do calçado na forma de lâminas. São recuperadas todas as aparas resultantes do corte e até o que resta das operações de desbaste. Tudo é reaproveitado como novo composto de matéria-prima.
“Não ficamos só no discurso”, afirma o empresário, explicando que o conceito de sustentabilidade está fortemente incorporado à cultura da Formax. “Nossas diretrizes e nossos projetos visam o desenvolvimento de novos produtos, tecnologias e sistemas, capazes de enfrentar os mais importantes desafios globais da atualidade, relacionados, sobretudo ao meio-ambiente e a negócios sustentáveis”, sintetiza. Aliás, outras linhas de contraforte e couraças da empresa, como a Thermofort, por exemplo, também irão incorporar esta tecnologia, segundo Faustini.