O embaixador da Bolívia no Brasil disse que a Petrobras serve de modelo para a empresa petrolífera boliviana
A Petrobras é, segundo o embaixador Felipe Tredinnick, a inspiração da estatal boliviana, que no ano passado foi reformulada e a partir da nova legislação dos hidrocarbonetos deve ter participação em todas as empresas estrangeiras que atuam no país. A intenção, segundo o governo, é capitalizar a empresa para que no futuro ela tenha capacidade própria de investimento.
“É um modelo. Nós estamos aproveitando este modelo e a Petrobras tem paternidade em relação a investimentos petrolíferos. Eu era estudante e me lembro do slogan na época: o petróleo é nosso”, destaca Felipe.
O preço pedido pela Bolívia para o gás importado pelo Brasil é o “preço justo”, diz ele, considerando que esta é a principal riqueza do país. “Não queremos vender a um preço solidário, mas a um preço justo”, afirma.
Apesar das declarações do governo de Morales de que pretende estatizar vários setores da economia boliviana, ele diz que as empresas brasileiras serão tratadas de maneira especial, “com muito cuidado, com muito respeito”.
Tredinnick está no cargo em Brasília há apenas um mês, mas já havia trabalhado na embaixada brasileira, então no Rio de Janeiro, nos anos 60. Antes do posto atual – a segunda embaixada mais importante para a diplomacia boliviana depois de Washington – ocupava o cargo de ministro da Corte Suprema de Justiça da Bolívia.