Maria Alicia Domínguez Ugá da Fundação Oswaldo Cruz indica que apenas 3,4% do PIB do Brasil é investido na saúde, enquanto países da América Latina investem em média, 4,6% do seu PIB.
O Brasil investe pouco na área de saúde pública e os gastos nessa área são malfeitos. Esta é uma das conclusões da pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, Maria Alicia Domínguez Ugá cujo estudo demonstra que o país gasta apenas 3,4% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em saúde. Nos demais países da América Latina, a média de gastos em saúde é de 4,6% do PIB.
“Nós gastamos mal e pouco. No Brasil, a saúde é vista como um setor de gastos em vez de ser visto como gerador de emprego e renda”, afirmou nesta terça-feira, 17, durante o seminário Gastos Catastróficos em Saúde no Brasil, realizado na Faculdade de Economia, Admistração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP). De acordo com ela, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) recomenda que os investimentos em saúde representem 6% do PIB.
Segundo a pesquisadora, os gastos públicos em saúde pública no Brasil giram em torno de US$ 153 per capita. Desse total, US$ 77,4 são investidos pela União, estados pagam US$ 37,5 e municípios, US$ 38,1. “Os municípios são os maiores protagonistas nos investimentos em saúde”, explicou.
Maria Alicia apontou ainda que a União tem diminuido seus investimentos em saúde pública: em 1993, o governo federal era responsável por 72% dos gastos; em 2003, o percentual caiu para 51%.
“Em contrapartida, estados e municípios estão aumentando a participação”, afirmou Maria Alicia, mostrando que em 1993 os estados eram responsáveis por 12% dos investimentos e, dez anos depois, o percentual subiu para 23%. “Já os municípios gastavam 16% naquela época e em 2003 o gasto aumentou para 26%”, completou.
Informação ABr