Resultado de 7,5 anos, porém, ainda é insuficiente se comparado aos padrões internacionais, que sugerem 10 ou 12 anos de estudo, conforme consultor da Unesco.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Conforme a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Pnad/IBGE que reúne dados coletados entre 1992 e 2009, a universalização da educação básica continua sendo apenas um desejo do país e uma meta de governo.
A pesquisa foi divulgada nesta quinta-feira, dia 18, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea, reafirmando a tendência de evolução na escolaridade média dos brasileiros. Contudo, no período, apenas a região Sudeste atingiu a meta constitucional de oito anos de estudo para cada cidadão com 15 anos ou mais de idade. A média nacional encerrou 2009 em 7,5 anos.
Para Célio Cunha, consultor da Organização das Nações Unidas Para a Educação, Ciência e Cultura – Unesco, a melhora apontada pela série histórica de fato não deve trazer ilusões. “Há dez anos, a média nacional era bem inferior, 6,1 anos, o que comprova que estamos evoluindo. Contudo, o avanço ainda é insuficiente se comparado aos padrões internacionais, que sugerem 10 ou 12 anos de estudo. É preciso acelerar esse processo”, diz o especialista.
Analfabetismo resistente
Um obstáculo especialmente difícil de vencer tem sido o analfabetismo. Apesar de ser decrescente em todo o período analisado, ele vem se mostrando resistente, especialmente entre os brasileiros com mais de 40 anos. Em 2009, segundo a Pnad, 14 milhões de brasileiros não sabiam ler ou escrever.
O Nordeste é outro foco de resistência do analfabetismo. Ali, cerca de 18,7% da população de 15 anos ou mais de idade não sabe ler ou escrever um simples bilhete. No Sudeste, a taxa é de 5,5% da população.
“É natural vermos uma concentração do analfabetismo entre adultos acima de 40 anos, que já possuem uma vida estabilizada e perdem gradativamente o interesse pela educação”, explica Célio Cunha. “O importante, a partir desses dados, é perceber que o país precisa melhorar seus instrumentos e pedagogias para alfabetizar os adultos mais jovens, na faixa etária dos 20 ou 30 anos.”
Evasão escolar
Outro dado da Pnad confirma que, embora caminhe para a universalização do ensino, o país está longe de oferecê-lo a grandes fatias da população. Encerrada a fase escolar inicial (ensino fundamental), por volta dos 14 anos, a freqüência escolar cai sensivelmente na faixa entre 15 e 17 anos.
“Para reverter os altos índices de evasão escolar, e como conseqüência aumentar a freqüência escolar nessa faixa etária, é preciso reformular a escola brasileira, tornando-a mais atraente”, pontua Mozart Neves Ramos, conselheiro do movimento Todos Pela Educação.
“Os jovens abandonam os estudos porque se sentem desmotivados. Um estudo da Fundação Getúlio Vargas comprova: 40% dos alunos que abandonam a escola o fazem por desmotivação. É preciso criar condições para incentivar a permanência na escola, aumentando assim, as chances do jovem ingressar na universidade”.
Informações de portal G1
FOTO: reprodução / G1