A viagem que fiz para a França surgiu de forma inesperada, como repórter do programa Feevatchê, da TV Feevale, eu e meus dois companheiros de tevê, Glaucius e Valesca, fomos convidados pelo CTG Aldeia dos Anjos de Gravataí, e pelo Conselho Internacional das Organizações de Festivais Folclóricos e Artes Tradicionais da França (CIOFF) para cobrir a participação do CTG gaúcho no Festival Culturas do Mundo, em Gannat, cidadezinha que fica a 6 horas de Paris. No país ficamos 25 dias, mas na cidade luz foram sete dias vividos como nunca.
Nossa viagem começou, claro, por Paris, a Cidade Luz, que faz jus ao apelido que leva, e nossa primeira parada: a Torre Eiffel, em uma noite de céu limpo, véspera do Dia da Queda da Bastilha, ou seja, a França inteirinha se prepara para comemorar o início de sua revolução. No dia seguinte, em frente da Torre, haveria um lindo show de fogos para marcar o dia revolucionário.
Dia 14 de julho, levantamos cedo para ir até o endereço mais famoso do mundo, a Avenue Champs-Élysées, badalada, a mais larga avenida de Paris, que liga o Museu do Louvre e o Arco do Trunfo, onde acompanhamos o desfile militar em comemoração da Revolução Francesa, de 14 de julho de 1789. É incrível como a data é bem quista no país, os franceses todos saem às ruas para comemorar o fim da era dos reis e rainhas.
Paris é enorme, para se conhecer todos os cantos da cidade é necessário mais de duas semanas, e nós tínhamos sete dias para tentar visitar o maior número de locais, então, mochila nas costas com água e lanches, metrô e pernas ao trabalho. Percorremos todo o centro histórico a pé, no quente verão francês, mas quem disse que ficamos cansados, a cada novo local conhecido parecia que nossa sede de conhecido crescia cada vez mais, não é por menos que a cidade é uma das capitais culturais do mundo.
Fomos ao maior museu do mundo, o Louvre, e quando falamos nele, qual a primeira obra que nos vem à cabeça? La Gioconda, a Monalisa, o quadro mais visitado do mundo, praticamente impossível chegar perto da obra-prima de Da Vinci. Mas o que mais me impressionou no local, foram as paredes, os detalhes, o brilho da construção secular que, antes de virar museu por decreto de Napoleão, era a sede da monarquia francesa.
Por sinal, museu é o que não falta na cidade, na verdade, ela própria é um museu, com sua arquitetura, e é assim que fomos conhecer a Catedral de Notre Dame, na beira do Rio Sena. São fascinantes os detalhes da Cadetral, com suas gárgulas e santos esculpidos em pedra, e com a imensa escuridão e silêncio dentro do local, por vezes, parece que somos observados pelo lendário Corcunda de Notre Dame. Claro, a Catedral é ponto obrigatório de visitação em Paris.
O bairro de Montmartre, o mais boêmio de Paris, é onde estão inúmeras galerias de artes, e também o caminho sagrado e profano. Para se chegar a Basílica de Sacré-Coeur, no alto do bairro, o visitante é obrigado a passar pelo cabaret mais famoso do mundo: O Molin Rouge. O bairro também abriga um dos tantos cemitérios históricos de Paris, em Montmartre estão enterrados o famoso pintor Gustave Moreau, o escritores Émile Zola e Alexandre Dumas Filho e o cineasta francês François Truffaut.
O Palácio dos Inválidos, além de um museu de guerra, também é outro cemitério de grandes heróis franceses. É lá que repousa os restos mortais de Napoleão Bonaparte, no local mais alto do palácio, em uma sala com uma cúpula dourada, que pode ser vista de todos os montes mais altos da cidade. Por sinal, nos não podemos conhecer todos os cemitérios parisienses, mas vale a dica para quem quiser fazer um tour geral pelas lápides, na cidade estão enterredos personalidades como Allan Kardec, Oscar Wilde, Jim Morrison, Édith Piaf, Voltaire e Chopin. Um show à parte.
Sete dias passam rápidos, são curtos, mas intensos, é impossível não sentir uma tristeza ao deixar a cidade, ao abandonar toda sua cultura, suas atrações. Uma cidade histórica, onde se vive todos os tempos em um só momento. Paris, j´aime.