Há 2 semanas, o DuduNews noticiou que a diretora da Escola Municipal São João, no bairro Guarani, havia sido afastada do cargo. O afastamento foi decidido pela prefeitura de Novo Hamburgo após a abertura de sindicância sobre o caso.
Mas, ao longo da última semana, vários pais da escola entraram em contato com o DuduNews refutando o afastamento da profissional. Na última quinta-feira (22), os pais, inclusive, realizaram uma reunião para tratar do caso.
A reportagem participou da reunião, e, ouviu dos pais de 10 alunos, que se faziam presentes, que a decisão do afastamento foi uma grande surpresa. “O afastamento da diretora foi uma grande surpresa. Ela sempre trabalhou na escola, sempre se fez presente, nunca houve nada de errado. Sempre batalhou muito pela São João (escola). Quando o município não fazia nada para melhorar a infraestrutura, ela atuava. Ficamos, sim, surpresos e estarrecidos”, disse a mãe de um aluno do colégio, que prefere não se identificar.
Na reunião, outras mães protestaram pelo afastamento. Segundo elas, um grupo de professores estaria fazendo denúncias – e se negam a tecer irregularidades. “A primeira diferença que notamos em sua saída é que, na entrada da escola, seja de manhã cedo, ou a tarde, não há ninguém esperando nossos filhos. Nunca aconteceu isso”, relata uma outra mãe.q
DENÚNCIA
Acompanhada de uma de suas filhas, uma mãe, moradora do bairro Guarani, denunciou duas professoras da escola por calúnia e difamação. O caso, inclusive, foi registrado em boletim de ocorrência na 3° Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo, no dia 12 de agosto.
O B.O afirma que, por volta das 15 horas, o filho da mulher, de 12 anos e estudante no turno da manhã, conversava com amigos na frente do colégio. Neste horário, segundo ela registra, inicia-se o recreio na instituição. Com isso, o jovem foi falar com seu irmão, que estuda no turno da tarde. “A professora chamou a atenção para que ninguém conversasse na cerca. Por volta das 17h10min, o jovem foi buscar seu irmão na escola, e viu a professora conversando com Guardas Municipais. Quando retornavam para casa, ambos foram abordados, e os guardas municipais teriam lhe questionado se ele entregaria drogas na escola. O jovem respondeu que nunca faria isso. Os guardas afirmaram que da próxima vez que recebessem uma denúncia de que ele estaria entregando drogas na escola, o encaminhariam para a delegacia”, diz o B.O. A mãe denunciou o caso como calúnia. “Meu filho é negro, e nunca faria esse tipo de coisa. Ele é aluno da escola, conhecido, além de morarmos perto da escola. Isso doeu na gente”, afirmou. A mãe representou, também, contra a situação na escola. O boletim foi registrado no dia 8 de setembro.
Outras mães apoiaram as críticas. “Isso é um absurdo, e tivemos conhecimento de outras denúncias que foram informadas”, informou uma mãe.
CONTRAPONTO
A reportagem contatou a secretaria da Educação, que afirmou que o processo de sindicância relacionado à diretora, e, por enquanto, as informações são sigilosas. A prefeitura não se manifestou sobre as denúncias das mães.