Polícia tenta traçar perfil psicológico e delegada quer ouvir educadora, que está internada, sem saber da morte do aluno.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
O pai do menino de 10 anos que atirou em uma professora dentro da sala de aula em São Paulo e se matou em seguida poderá ser responsabilizado por negligência. O revólver calibre 38 utilizado era seu.
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“A gente nunca vai ter resposta”, disse ele neste domingo, dia 25, sobre o que teria motivado seu filho. O garoto foi enterrado na última sexta-feira, dia 23, e a professora Rosileide Queirós de Oliveira, 38, continua internada num hospital em São Paulo, sem saber que a criança morreu.
A Polícia Civil tenta traçar um perfil psicológico do aluno a partir de um desenho feito por ele, que o retrata com duas armas e um professor ao lado. A hipótese de ter sofrido bulliyng escolar ou ter sido pressionado por alguém e até mesmo supostas ameaças veladas que a criança teria feito a Rosileide são investigadas como prováveis causas da tragédia.
Colegas de classe do menino teriam ouvido ele dizer que mataria a educadora porque ela seria disciplinadora e não gostava dela e que se suicidaria depois, segundo relataram professoras em depoimento no 3º Distrito Policial de São Caetano.
Ao lado da esposa e do outro filho do casal, o guarda civil de 42 anos concedeu entrevista ao portal G1. “Não vai ter especialista, homem na face da terra para explicar o que aconteceu. Só Deus.”
O pastor Jayme Pereira do Lago, que pregou em culto dedico à memória do menino, afirmou que o garoto nunca apresentou qualquer problema que o levasse a desconfiar que um dia ele cometeria algum crime. “Ele nunca reclamou de amigo, professor ou diretores. O sonho dele era comprar um videogame no final do ano. Eu até o ajudei financeiramente. Era um garoto feliz, alegre, gostava de bateria, ativo na igreja”.
Busca por explicações
O maior desafio da investigação policial é saber o que motivou o estudante a pegar a arma particular do pai, que ficava guardada numa caixa sobre o armário da casa da família, escondê-la na mochila, levá-la até a escola, pedir para ir ao banheiro, voltar para a sala e atirar na professora.
Para montar esse quebra-cabeça e tentar explicar a motivação do crime, a delegada Lucy Mastellini Fernandes quer ouvir a professora Rosileide, ainda dentro do hospital. As próximas pessoas que deverão prestar depoimento são os pais e dois colegas de classe dele na Escola Municipal Professora Alcina Dantas Feijão.
Outros 21 colegas do menino, que o viram atirar na educadora, serão ouvidos oficialmente pela polícia na presença de psicólogos e dentro da escola. Todos os depoimentos serão acompanhados pelo Ministério Público.
Informações de portal G1
FOTO: Juliana Cardilli / G1