Inquérito policial militar conclui que o empresário Roberto Bussamra praticou corrupção ativa, por ter dado dinheiro a policiais militares na noite do acidente.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
A Corregedoria da Polícia Militar do Rio de Janeiro investigou a denúncia do empresário Roberto Bussamra, pai do jovem que atropelou Rafael Mascarenhas, de que dois policiais militares exigiram dinheiro para liberar o carro momentos após o atropelamento, no último dia 20.
A conclusão é de que o empresário cometeu corrupção – o que, pelo menos por enquanto, faz cair por terra a tese da família Bussamra de que o pagamento de propina foi feito sob ameaça. O crime de corrupção ativa prevê pena de dois a oito anos de prisão.
No entendimento do Major Bastos, responsável pela investigação na esfera militar, Roberto Bussamra e seus filhos Guilherme e Rafael aceitaram pagar o suborno aos policiais não apenas por temor, mas por entenderem que o acordo era necessário para a liberação do carro sem maiores conseqüências para Rafael – o que configura a corrupção ativa.
O sargento Marcelo Leal e o cabo Marcelo Bigon responderão por corrupção passiva e insubordinação, já que na noite do atropelamento a unidade móvel que eles conduziam estava fora da área de atuação determinada pelo comando do 23º Batalhão, Leblon.
Roberto Bussamra contou à polícia que, na noite do atropelamento, os policiais teriam exigido 10.000 reais para liberar o Siena preto conduzido por Rafael Bussamra, após atropelar o filho da atriz Cissa Guimarães.
Crime ligado a homicídio doloso
O advogado de Cissa Guimarães, Técio Lins e Silva, disse que o resultado do inquérito militar ratifica a ligação entre os dois crimes. “Não dá para desvincular os dois crimes. A corrupção ativa do pai está umbilicalmente ligada ao homicídio doloso cometido pelo filho. Eu não tenho a menor dúvida de que as circunstâncias de tentar esconder as provas do atropelamento, consertar o carro, corromper os policiais são dolosas, de um dolo perverso”, afirmou Lins e Silva.
O advogado ainda diz que estas provas devem ser encaradas pelo Ministério Público como suficientes para mudar a qualificação do homicídio de culposo, com pena de dois a quatro anos de reclusão, para doloso cuja pena varia de seis a vintes anos.
Lins e Silva informou que, ao voltar de Brasília, pretende se reunir com Cissa Guimarães para orientá-la dos próximos passos do inquérito que apura as responsabilidades da morte de Rafael. Para o advogado, a família poderá colaborar com o inquérito e poderá participar do julgamento de Rafael Bussamra na condição de testemunhas.
Informações de Veja
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