O ministro do Esporte colocou seu sigilo fiscal, bancário e telefônico à disposição para investigações. Ao mesmo tempo, o depoimento de Ferreira foi ouvido pela oposição.
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Nesta terça-feira, dia 18, em audiência na Câmara dos Deputados, o ministro do Esporte Orlando Silva voltou a negar as acusações de desvio de recursos do ministério. Em depoimento de mais de 3h, Silva foi ouvido pelas comissões de Fiscalização Financeira e Controle, além da comissão de Turismo e Desporto.
Silva se explica pelas denúncias publicadas na revista Veja do último sábado, 15, em que o policial militar João Dias Ferreira denuncia um esquema de corrupção no Programa Segundo Tempo. De acordo com Ferreira, o ministro Silva recebe dinheiro desviado do programa, em troca da liberação de recursos para uma ONG.
Em sua defesa, Silva negou as acusações e disse não haver provas de seu envolvimento no suposto esquema de corrupção. “Não houve, nem haverá provas contra mim. Também repudio a informação de que haja esquema de caixa 2 para o meu partido. Repudio as duas denúncias”, disse o ministro, que considera a acusação sem provas um tribunal de exceção.
Segundo o ministro, o seu sigilo fiscal, bancário e telefônico estão à disposição para a Polícia Federal e o Ministério Público investigarem. Durante seu depoimento, Silva defendeu a gestão do Programa Segundo Tempo e desqualificou o delator do caso, João Dias Ferreira. “Quem fez a acusação? Trata-se de um desqualificado, um criminoso, uma pessoa que foi presa, uma fonte bandida”, alegou Orlando Silva.
Ao mesmo tempo em que o ministro do Esporte prestava depoimento na Câmara, os líderes da oposição se reuniram com Ferreira no Senado, a fim de saber mais detalhes das acusações. “Foi um depoimento absolutamente estarrecedor, com detalhes que não estão na revista, com provas materiais inegáveis contra o ministro e o ministério”, disse Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM), deputado e líder de seu partido.
A oposição ainda acredita que a ida de Orlando Silva à Câmara antes mesmo do depoimento do denunciante, Ferreira, tenha sido uma estratégia a fim de garantir plateia e palanque. Agora, a oposição apresentou um requerimento para que Ferreira seja ouvido por parlamentares, o que deve ser avaliado nesta quarta-feira, 19.
Nesta quarta-feira, é a vez do Senado ouvir as explicações de Orlando Silva, que vai, pela terceira vez, esclarecer acusações em público desde que voltou dos Jogos Pan-Americanos, no México, no último domingo, 16.
Informações de Agência Brasil
FOTO: Valter Campanato / Agência Brasil