Aumento do piso salarial, auxílio alimentação, mais segurança nas obras e plano de saúde são as reivindicações.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
A greve dos quase dois mil operários que trabalham para o consórcio de empresas que cuidam da reforma do Maracanã, no Rio de Janeiro, iniciada na quarta-feira, dia 17, segue nesta quinta, 18.
A decisão foi anunciada durante um manifesto em frente a um canteiro de obras nesta quinta-feira. A paralisação das obras no estádio começou após um trabalhador ficar ferido em decorrência da explosão de um galão de combustível, na quarta-feira.
Carlos Felipe da Silva cortava o objeto com uma solda, que mesmo sem líquido, explodiu. O operário foi arremessado por uma distância de aproximadamente dois metros, sofreu uma fratura no joelho e queimaduras pelo corpo.
Após os primeiros socorros no canteiro de obras, a vítima foi encaminhada de ambulância para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio. A Secretaria Municipal de Saúde informou que ele foi transferido no início da noite de quarta-feira para uma unidade particular.
“Paramos às 11h30min para o almoço e só voltamos para bater o ponto e ir embora, por volta das 16 horas. Eles nos pagam R$ 1.180,00 quando todas as empresas pagam acima disso. Além do mais, não temos planos de saúde nenhum. Estamos correndo riscos”, disse um operário que não quis se identificar.
Reivindicações estão sendo analisadas
Os trabalhadores exigem aumento do piso salarial, auxílio alimentação, melhores condições de segurança nas obras do Maracanã e a disponibilização de um plano de saúde. Atualmente eles trabalham amparados apenas por um plano limitado do sindicato.
A Empresa de Obras Públicas do Estado – Emop informou em nota que as reivindicações trabalhistas “estão sendo analisadas pelo consórcio executor das obras”. O consórcio Maracanã Rio 2014 é formado pelas empresas Odebrecht, Andrade Gutierrez e Delta.
Por meio da assessoria de imprensa, o grupo divulgou que se reuniu na manhã desta quinta-feira com representantes do sindicato da categoria e da comissão de trabalhadores. “Durante a reunião, o consórcio esclareceu que as reivindicações apresentadas estão em análise, apesar de um acordo coletivo ter sido fechado com o mesmo sindicato, em 19 de abril passado, sendo válido até janeiro de 2012”, relata a nota.
Segundo comunicado, todas as afirmações do sindicato quanto às condições de segurança da obra foram respondidas. O consórcio afirma que o acidente de trabalho ocorrido na quarta-feira foi um fato isolado e suas causas estão sendo apuradas.
PRAZO – O acidente é mais um problema que o grupo de empresas enfrenta nas obras do Maracanã. O término da reforma está previsto para dezembro de 2012, mas o prazo já é questionado por algumas autoridades do Rio, que projetam a conclusão para fevereiro de 2013.
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FOTO: reprodução / EFE