Atentados contra cinco igrejas e violentas manifestações de cristãos, geraram mortes no Estado de Kaduna, no norte da Nigéria.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Pelo menos 52 pessoas morreram e mais de cem ficaram feridas em atentados praticados neste domingo, dia 17 contra cinco igrejas do Estado de Kaduna (norte da Nigéria) e em violentas manifestações de cristãos realizadas depois do ataque e que seguem nesta segunda-feira, dia 18, indicou uma autoridade da Agência Nacional de Situações de Emergência – NEMA.
Segundo a polícia, 19 pessoas foram mortas em explosões em três das cinco igrejas atacadas. Os jovens cristãos reagiram matando muçulmanos nas ruas. Os cristãos também bloquearam estradas, arrastaram muçulmanos de seus veículos e os mataram, segundo testemunhas. Mohammed Inuwa relatou que sobreviveu a um desses ataques escondendo-se em um arbusto enquanto outros muçulmanos eram espancados.
Cinco atentados a bomba, incluindo um suicida, atingiram neste domingo, 17, de manhã igrejas cristãs de Zaria e em Kaduna, em uma região regularmente sacudida pela violência atribuída ao grupo islamita Boko Haram. Outros dois ataques atingiram em seguida duas igrejas de Kaduna, nos bairros de Nassarawa e Barnawa, no sul da cidade.
Em Zaria, as explosões atingiram a catedral católica de Cristo Rei e a igreja evangélica da Boa Nova. Em Kaduna, a igreja de Sharon ficou bastante danificada, nas áreas do sul desta cidade de maioria cristã. Esses ataques não foram reivindicados, mas o grupo islamita Boko Haram, autor de diversos atentados tendo como alvo os cristãos, havia declarado recentemente que manteria os ataques a igrejas.
Multidões de cristãos revoltados saíram às ruas para se vingar dos muçulmanos em uma área majoritariamente cristã da cidade de Kaduna, capital do estado de mesmo nome. Compostos essencialmente de jovens, os grupos montaram barricadas em uma grande estrada em direção à capital federal Abuja, principalmente nas localidades de Trijania, Gonin Gora e Sabon Tasha, parando carros e separando os muçulmanos.
O Boko Haram intensifica desde meados de 2009 os atentados, principalmente nas cidades do norte, de maioria muçulmana, que deixaram mais mil mortos. Esses ataques têm como alvo principalmente membros das forças de segurança, autoridades do governo e locais de culto cristãos.
A Nigéria, país do populoso da África com cerca de 160 milhões de habitantes, está dividido entre um norte majoritariamente muçulmano e um sul cristão mais rico, graças ao petróleo.
Informações de G1
FOTO: Victor Ulasi / AFP