Estação é a preferida de bactérias que causam inflamações. Toxidade de conservantes de colírios também é problema.
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No verão, doenças como conjuntivite, ceratite e blefarite atingem um em cada quatro brasileiros. Quem afirma é o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, baseado em levantamento feito através de prontuários de pacientes do Instituto Penido Burnier (SP).
A análise engloba atendimentos nos períodos de dezembro a março dos últimos dois anos. Por causa do surto de conjuntivite viral que aconteceu no último inverno, Neto alerta para o risco de comprometimento maior da visão nos casos de recontaminação da conjuntiva por vírus ou bactéria. É que a toxidade dos conservantes dos colírios pode provocar deficiência de lágrima e piorar a irritação ocular, ao ponto de provocar danos na superfície dos olhos.
O oftalmologista explica que os sintomas da toxidade do conservante e dos dois tipos de conjuntivite são idênticos – olhos vermelhos, inchaço, coceira, fotofobia e visão borrada. A única diferença é o tipo de secreção. Na conjuntivite viral é viscosa e incolor, enquanto na bacteriana é purulenta.
Já a insistência em usar um colírio cujo conservante provoca reação tóxica pode causar blefarite (inflamação das pálpebras) ou ceratite (inflamação da córnea). Nos casos mais graves, Neto diz que ocorre a formação de depósitos que levam à morte celular dos tecidos oculares e provocam baixa visual.
O acompanhamento médico é a única forma de evitar complicações. “Quando se trata de uma reação à toxidade do conservante, os sintomas podem desaparecer completamente só com a interrupção do medicamento. Se ocorrer apenas uma melhora, o colírio é trocado” afirma.
Dicas
O especialista alerta que quem usa lente de contato deve estar atento não só com as fórmulas dos colírios, como também com as viagens aéreas. Isso porque, nas cabines pressurizadas, a umidade do ar cai a 20% ou 30%. Por isso, as lentes devem ser retiradas para evitar ferimentos na córnea.
O que fazer para evitar problemas com lentes de contato:
– Fazer a adaptação com um oftalmologista;
– Interromper o uso a qualquer desconforto ocular e passar por consulta médica;
– Lavar cuidadosamente as mãos antes de manipular as lentes;
– Utilizar soluções limpadoras na higiene e enxágüe das lentes e estojo;
– Friccionar as lentes para eliminar completamente os depósitos;
– Não usar soro fisiológico ou água na higienização;
– Retirar as lentes antes de remover a maquiagem e quando usar spray no cabelo;
– Colocar as lentes sempre antes da maquiagem;
– Guardar o estojo em ambiente seco e limpo;
– Trocar o estojo a cada quatro meses;
– Respeitar o prazo de validade das lentes;
– Jamais dormir com lentes, mesmo as liberadas para uso noturno;
– Retirar as lentes durante viagens aéreas por mais de três horas;
– Não entrar no mar ou piscina usando lentes.
Confira como evitar uma contaminação da conjuntiva por vírus ou bactéria:
– Lavar frequentemente as mãos;
– Evitar aglomerações e locais fechados;
– Não compartilhar maquiagem, fronhas, toalhas e colírios;
– Evitar levar as mãos aos olhos;
– Higienizar as pálpebras.
Os cuidados que previnem o surgimento da blefarite são:
– Evitar maquiagem a qualquer desconforto;
– Limpar a pálpebra duas vezes ao dia com solução específica para blefarite;
– Diariamente aplicar nas pálpebras duas a três compressas de água quente filtrada;
– Massagear a pálpebra com movimentos circulares e horizontais duas vezes por semana;
– Adicionar nozes e sementes linhaça à alimentação;
– Interromper o uso de lente de contato.
Informações de LDC Comunicação
FOTO: ilustrativa