O presidente enfrentava pressão para se posicionar sobre o tema, depois de seu vice-presidente e seu secretário de Educação terem se declarado favoráveis às uniões entre pessoas do mesmo sexo.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
A menos de seis meses das eleições americanas, o presidente Barack Obama assumiu um risco calculado ao apoiar o casamento gay, durante uma entrevista televisiva nesta quarta-feira, dia 09. Obama tornou-se o primeiro presidente americano a assumir tal posição publicamente um dia depois de a Carolina do Norte, um Estado crucial para sua vitória na eleição de novembro, aprovar uma emenda constitucional que proíbe o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Analistas ainda tentam avaliar o impacto da declaração na campanha de Obama. Um especialista republicano citado pela analista de política da rede ABC, Amy Walter, disse que “os eleitores que são fortemente contra o casamento gay, ou seja, que deixariam a opinião de um candidato sobre esse assunto determinar o seu voto, já não votariam pelo presidente de qualquer maneira”.
Obama enfrentava crescente pressão para se posicionar sobre o tema, depois de seu vice-presidente e seu secretário de Educação terem se declarado favoráveis às uniões entre pessoas do mesmo sexo. Para Justin Ruben, diretor-executivo da organização Move On, que faz campanha pelos direitos civis e pelo Partido Democrata, “o apoio do presidente para a igualdade no casamento é uma grande notícia, que deve energizar os ativistas progressistas em todo o país”.
O analista de política e autor do blog The Fix, do Washington Post, Chris Cillizza, apontou que a Base Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais – LGBT não apenas é uma grande parte da base democrata, como compreende algumas das pessoas mais politicamente ativas. Além disso, disse que, “não é segredo para ninguém que, para vencer, o presidente Obama precisa de um apoio muito consolidado entre as pessoas entre 18 e 29 anos de idade, o grupo que mais apoia o casamento gay”.
O pré-candidato republicano à presidência Mitt Romney, provável adversário de Obama, disse que sua visão é a de que o casamento é apenas entre um homem e uma mulher, e as uniões civis são suficientes e apropriadas para contemplar os direitos dos homossexuais. Independentemente da opinião do presidente americano, a decisão de permitir ou não o casamento entre pessoas do mesmo sexo cabe aos Estados. Atualmente, nove já votaram para permiti-lo, sendo que em dois (Washington e Maryland) a lei ainda precisa entrar em vigor.
CAMPANHA – Análises dos financiamentos da campanha de Obama já mostraram que o candidato, além de ser movido pelas pequenas doações abaixo de US$ 200, também recebe um de cada seis dólares que vão para o seu caixa de doadores homossexuais.