O último “Alô, amigos”. Morreu nesta quarta-feira (17), Armindo Antônio Ranzolin, morreu, aos 84 anos após complicações do Alzheimer. Mas a voz que eternizou as conquistas do Tri brasileiro do Inter, de duas Libertadores e do Mundial do Grêmio e do Tetra da Seleção ficará para sempre viva na memória do Rio Grande do Sul.
A voz poderosa que traduziu as emoções dos campos de futebol e foi protagonista de coberturas inesquecíveis de Grêmio e Inter se calou. Ranzolin construiu uma carreira de quase meio século junto ao microfone, que foi seu companheiro desde os 17 anos. Esteve em seis Copas do Mundo, entrevistou presidentes, governadores, ministros, artistas, embaixadores, gente comum. Cobriu eleições, tragédias, festas, golpes. Esteve onde a notícia o chamava.
Ranzolin nutria o sonho de ser narrador ainda na infância em Lages (SC). A família era de Flores da Cunha, mas ele nasceu em Caxias do Sul no dia 8 de dezembro de 1937. Aos 20 anos, mudou-se para Porto Alegre para estudar. Formou-se em Direito na UFRGS, em 1964, mas nunca abandonou a ideia de ser locutor.
Atuou nas rádios Guaíba, Gaúcha, e foi o maior narrador da história do estado. Sem dúvidas, esse é o maior mérito do homem que transformou a forma de gaúcho ouvir rádio.
A despedida das narrações de jogos veio no fim de 1995, na final do Mundial de Clubes entre Grêmio e Ajax. Três anos antes, ele já havia assumido a apresentação do programa Gaúcha Atualidade, justamente no lugar do amigo Mendes Ribeiro, que o considerou “verde” em 1959. Em 2006, após uma viagem de férias com a mulher, Yara, por Austrália, Nova Zelândia e Taiti, reuniu a família e comunicou a decisão de se aposentar. No dia 6 de dezembro, foi aplaudido no ar pelos colegas e deixou o companheiro microfone para descansar ao lado dos filhos e netos. Tempos depois, veio o diagnóstico de Alzheimer.
Ranzolin deixa a mulher, Yara, os filhos Cristina e Ricardo, os netos Henrique, Manoela e Antônia.