Hoje o Brasil conta com mais de 150 TVs Comunitárias, que fazem um trabalho importante junto as suas comunidades. No Rio Grande do Sul, a Associação Gaúcha das TVs Comunitárias é a entidade que representa este setor. Através dessas emissoras, o cidadão comum tem voz e vez, podendo opinar e reivindicar melhorias para suas cidades.
Dessa forma, as TVs Comunitárias ecoam os problemas vividos pelos moradores de cada um desses municípios.
Se nos perguntarem, qual é a cidade que queremos para o futuro, os nossos dirigentes e comunicadores, com certeza, terão a resposta “na ponta da língua”, pois somos nós que recebemos as reivindicações. Somos nós que vivenciamos o dia- -a-dia das nossas comunidades, fazendo programas e reportagens.
Uma das principais reclamações, nos últimos meses, tem relação direta com a ocupação do solo. Muitas vezes essas ocupações não seguem regras ambientais e as consequências são inundações, vindas das enchentes ou das enxurradas, de locais onde a água nunca havia chegado antes. É um processo lógico. Cada vez mais chegam novos condomínios e loteamentos e, com isso, a água não tem mais para onde escoar, causando enormes transtornos.
A saturação do solo também é um fator importante, pois o asfalto não deixa a água penetrar e o escoamento, muitas vezes, é deficitário em função do entupimento das bocas de lobo. É uma sequência de fatores que, em alguns casos, chega a ser perigosa.
Pensando em diminuir esse problema, algumas prefeituras já estão trocando o asfalto pelo PAVS, que são aqueles blocos de concreto regulares que facilitam a absorção da água. Outra vantagem desse tipo de piso é que, para fazer uma manutenção na rede de esgoto, basta retirar alguns blocos e depois colocá-los no mesmo lugar. Essa é uma operação fácil e simples de fazer, ao contrário do asfalto que a cada intervenção da companhia de água, ficam sérias marcas nas ruas.
Desta forma, quando nos perguntam “como devem ser as cidades do futuro” eu não tenho dúvidas em dizer que, seja qual for a cidade, os planos diretores devem dar significativa importância ao que indicam os especialistas em meio ambiente. É isso ou aprender a conviver com a ameaça da água invadir seu terreno.