Aumento da população carcerária feminina nas cadeias do RS é maior do que a média nacional. Entre 2007 e 2012, o Estado registrou aumento acima do crescimento contabilizado no país no mesmo período.
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Presas principalmente por envolvimento no tráfico de drogas a mando dos companheiros, mulheres têm demandado mais vagas nas cadeias nos últimos cinco anos.
Entre 2007 e 2012, o Estado registrou um aumento de 66% da população carcerária feminina, média acima do crescimento contabilizado no país no mesmo período, de 36%, conforme dados nacionais.
Para receber esse contingente de novas detentas, 60 prisões masculinas precisaram ser adaptadas com celas ou galerias destinadas às presas. Apenas sete cadeias são exclusivamente femininas no Estado.
Servidora do sistema prisional há 20 anos, a assessora de Direitos Humanos da Superintendência dos Serviços Penitenciários – Susepe Maria José Diniz diz que a intenção do órgão é de cada região do Estado tenha uma penitenciária regional para mulheres.
Apesar da previsão de novas vagas, ainda não há prazo para que isso se torne realidade. Por enquanto, cresce a necessidade da adaptação das estruturas já existentes.
“A mulher ficava com a sobra do sistema prisional masculino, era invisível. Começamos a fazer o alerta desta questão e os administradores estão dando uma atenção para estes espaços destinados às mulheres, várias cadeias já tiveram reformas. Não temos superlotação, o que nos preocupa é a adequação dos espaços,” diz Maria José.
Dependência aproxima do crime
O salto de 66% da população carcerária feminina gaúcha, em cinco anos, é atribuído principalmente à utilização das mulheres como uma segunda via do tráfico.
São elas que dão continuidade aos negócios enquanto os companheiros estão na cadeia. O aumento da prisão de mulheres triplicou em 12 anos, acompanhando o crescimento da massa carcerária no país — formada por cerca de 230 mil pessoas em 2000 e por 580 mil pessoas em 2013.
Faixa etária – Susepe
– 18 a 29 anos – 35%
– 30 a 45 anos – 53%
– 46 a 60 anos – 11%
– Acima de 60 anos – 1%
Informações de ZH
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