Violência é um lembrete sobre as tensões políticas que podem levar a uma nova rodada de conflitos sectários, que anos atrás deixaram o Iraque à beira de uma guerra civil.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Uma série de explosões de carros-bomba, cujo alvo eram peregrinos xiitas, foi registrada nesta quarta-feira, dia 13, em várias cidades do Iraque, matando pelo menos 65 pessoas e deixando mais de 200 feridas.
Trata-se de um dos piores ataques desde a saída das tropas norte-americanas do país. A violência é um lembrete sobre as tensões políticas que podem levar a uma nova rodada de conflitos sectários, que anos atrás deixaram o Iraque à beira de uma guerra civil.
Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelos ataques, mas eles apresentam características de ações realizadas por insurgentes sunitas que atacam xiitas. As explosões representam o terceiro ataque nesta semana contra participantes da peregrinação anual durante a qual centenas de milhares de xiitas seguem para Bagdá para celebrar o imã Moussa al-Kadhim, morto no século VIII, e que está enterrado num templo no bairro de Kazimiyah.
A maioria das 16 explosões registradas no país teve como alvo peregrinos xiitas, mas dois foram contra escritório de partidos políticos ligados à minoria curda. As autoridades já haviam intensificado a segurança antes do início da peregrinação, com o bloqueio das principais áreas sunitas de Azamiyah, onde fica a mesquita de dois domos onde o imã teria sido enterrado.
O primeiro-ministro xiita Nouri al-Maliki é acusado de monopolizar o poder e as tensões aumentaram depois que o vice-presidente Tariq al-Hashemi, o sunita que ocupava o mais alto cargo no governo, foi acusado de comandar esquadrões da morte. O governo iniciou seu julgamento à revelia, já que Al-Hashemi está fora do país, o que deu início a suposições de que as acusações são parte de uma vingança do governo, liderado por xiitas.
O porta-voz do comando militar de Bagdá, coronel Dhia al-Wakeel, disse que os ataques tiveram como objetivo provocar a retomada da violência sectária, “mas os iraquianos têm plena ciência da agenda terrorista e não cairão num conflito sectário”.
Informações de Estadão
FOTO: Mohammed Jali / Efe