Embora seja um exame voluntário, 80% dos formandos do ensino médio se inscreveram para a prova, principalmente de olho em ingresso no ensino superior.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Quando o Exame Nacional do Ensino Médio – Enem foi aplicado pela primeira vez, em 1998, cerca de 157 mil estudantes participaram da prova. Treze edições depois, o número de inscritos é quase 30 vezes maior: 4,6 milhões de candidatos.
O exame de 2010 será aplicado no próximo fim de semana, dias seis e sete de novembro, com recorde de inscrições. Desde a primeira edição, o Enem é voluntário. Mas neste ano, cerca de 80% dos formandos do ensino médio se inscreveram para a prova, estimativa calculada a partir dos números do Censo Escolar.
A popularização do exame pode ser explicada pela própria mudança de função da prova. Se antes o Enem servia para avaliar o desempenho do aluno ao fim da educação básica, hoje é pré-requisito para quem quer participar de programas de acesso ao ensino superior, o que fez crescer sua atratividade.
No início, a nota do Enem passou a ser utilizada por algumas instituições de ensino em seus processos seletivos, especialmente nas privadas. Ganhou peso especial a partir de 2005, quando se tornou um pré-requisito para os estudantes interessados em uma bolsa no Programa Universidade para Todos – ProUni. Até 2004, os inscritos não passavam de um milhão, mas em 2005 chegaram a 2,9 milhões.
Vestibular unificado
No ano passado, o Ministério da Educação – MEC propôs às universidades federais um vestibular unificado por meio do Enem. Mais de 50 aderiram à idéia e cerca de 47 mil vagas de instituições públicas de ensino superior foram oferecidas aos estudantes por meio do Sistema de Seleção Unificada – Sisu.
Para 2011, há outra mudança: a participação no Enem será obrigatória para quem quiser financiar seus estudos por meio do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior – Fies.
A presidente do Fórum de Pró-Reitores de Graduação das Universidades Brasileiras – Forgrad, Isabel Pereira, acredita que o Enem pode tirar “um peso” das universidades federais ao substituir o vestibular. “É um processo gigante dentro da universidade que, muitas vezes, fica quase terceirizado. Sem se ocupar do vestibular, a instituição pode focar-se na sua missão que é a formação”, defende.
FUTURO – A entidade participa de um grupo de acompanhamento e avaliação permanente do Enem. Para que um dia o exame possa de fato acabar com os vestibulares do país, Isabel acredita que é preciso aperfeiçoá-lo.
“Estamos em um processo inicial que vem melhorando. Agora o cronograma já está adequado ao calendário das universidades, caminha-se para que o Enem seja uma opção de sucesso. Mas acabar com o vestibular é um processo que vai depender dos próximos passos, dos resultados das próximas edições. É um processo gradativo”, afirma.
Informações de Agência Brasil
FOTO: reprodução / Veja