Confira entrevista com o ator Roberto Cordovani, que realiza o espetáculo em Novo Hamburgo nesta quinta-feira, além de outras apresentações pela região
Cristiane Cunda [email protected]
Na noite desta quinta-feira, 16, o Centro Municipal de Cultura será palco do espetáculo Isadora Duncan, a Revolução na Dança.
A apresentação deve iniciar às 20h15, para público acima de 10 anos. A montagem teatral é inspirada na vida da célebre bailarina norte-americana e conta com direção e interpretação do ator Roberto Cordovani, paulista, mas que há 20 anos mora na Europa. A produção é de Bruno Portela.
Isadora Duncan, a Revolução na Dança estreou em 2000 em Portugal, e iniciou nova turnê vindo para o Brasil. Após espetáculo em Novo Hamburgo, ocorre apresentação em Caxias do Sul, nesta sexta-feira. No sábado e domingo será a vez de São Leopoldo conferir a peça teatral.
Contada em primeira pessoa, a encenação apresenta as diversas personagens e acontecimentos que fizeram da vida da bailarina um referencial de liberdade, revolução, arte e tragédia. São recriadas quatro coreografias, extraídas dos desenhos do consagrado escultor francês Auguste Rodin que, durante ensaios de Isadora, desenhou as posturas da bailarina inspiradas na mitologia grega. A túnica utilizada no espetáculo foi criada pela Maison Chanel de Paris.
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Em entrevista ao Portal novohamburgo.org, Roberto Cordovani, que já morou em Novo Hamburgo, fala sobre a vinda para o Brasil e suas inspirações para criar o espetáculo. Atualmente o ator e sua Companhia de Tetaro estão radicados na Espanha (Galícia), onde há cinco anos mantêm o Teatro Arte Livre, que é apoiado pelo governo espanhol.
“Morei em Novo Hamburgo entre 1975 e 1976, participando das atividades culturais da cidade, inclusive, das primeiras assembléias para a criação do Centro Municipal de Cultura, onde nos apresentaremos. Quando decidimos abrir temporada no Brasil, quis incluir Novo Hamburgo neste roteiro”, diz.
Cordovani conta que a peça Isadora Duncan começou a ser montada em 1998, quando iniciou a analise dos desenhos feitos por Auguste Rodim, estudando a trajetória da bailarina. “Eu fui entendendo a movimentação dela, que criou novos conceitos de dança, onde qualquer um pode dançar e se entende que qualquer movimento pode ser dança”, explica.
O ator acredita que conseguiu recriar a história de Duncan e expressá-la nos atos da peça, através de músicas comentadas, danças e interpretações. “O lado emocional desta peça é bastante forte, o público sai bastante comovido”, conta Roberto Cordovani. Ele afirma que o foco do espetáculo não é contar como se dança ou como se criou a dança, mas mostrar a coragem, acertos e fracassos na vida de uma mulher revolucionária.
“Através de mudanças de luz e som, a peça vai trazendo os principais momentos da vida de Isadora Duncan, mostrando que as pessoas ao longo da vida vão também mudando de papéis”. Cordovani ainda esclarece este sentimento através de ideias difundidas por bailarina, lembrando que “é estranho viver no mesmo corpo durante toda essa viagem que fazemos neste plano. Ela se sentia um espírito, numa nuvem, se espreguiçando de volúpia. É como se tornar um ‘ser’, independente de sexo, raça, mas sim um poço infindável de possibilidades”, conclui.
FOTOS:
divulgação /peça Isadora Duncan
Willian Dias / reprodução Rádio Brasil MPB