Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) indicam que uma em cada quatro brasileiras já deixou de frequentar a escola por falta de absorvente higiênico. A chamada pobreza menstrual é caracterizada pela falta de acesso a recursos, infraestrutura e conhecimento por parte das mulheres para os cuidados que envolvem a menstruação. Com o objetivo de amenizar estas condições, as estudantes das escolas municipais de Novo Hamburgo passarão a receber absorventes higiênicos, iniciativa prevista a partir da Lei Municipal nº 3.306/2021.
Para marcar a entrega dos primeiros kits, autoridades e diretores das escolas municipais participaram de solenidade realizada na manhã de sexta-feira, dia 8 de outubro, na Câmara de Vereadores. “Esta é mais uma importante ação que fortalece o programa intersetorial #VemPraEscola. Ao oferecer absorventes para as estudantes que não têm acesso, ampliamos as condições para que elas frequentem a escola”, destacou a secretária de Educação, Maristela Guasselli, citando a iniciativa que envolve, também, as secretarias da Saúde e de Desenvolvimento Social.
Diretores de cerca de 50 escolas municipais participaram do evento e receberam os primeiros kits que totalizam mais de 6 mil unidades de absorventes. “O direito à higiene menstrual é reconhecido mundialmente como uma questão de saúde pública desde 2014. Porém coisas básicas como acesso a produtos menstruais e saneamento básico infelizmente não são uma realidade para milhares”, lembrou o vereador Raizer Ferreira, autor do projeto de lei que prevê a distribuição gratuita de absorventes para estudantes de baixa renda e que teve como embasamento a dissertação de mestrado da pesquisadora Caroline Willig, da Universidade Feevale.
Foto: Bruna Provenzano/PMNH