Coordenação regional da Central Única dos Trabalhadores divulgou nota à imprensa contrária ao reajuste de 6,8% na tarifa do transporte coletivo, vigente desde terça-feira.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Desde a última terça-feira, dia 23, os hamburguenses pagam R$ 2,35 para andar de ônibus. Na semana anterior, o prefeito Tarcísio Zimmermann (PT) decretou aumento de 6,8% na tarifa, que antes custava R$ 2,20.
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Para a coordenação regional da Central Única dos Trabalhadores – CUT no Vale do Sinos, uma decisão “injustificável” diante das informações que circulam na cidade. A entidade divulgou nota à imprensa logo após a vigência do aumento condenando veementemente a medida. Chega a chamar de “estarrecedora para quem utiliza diariamente o transporte público”.
A CUT-VS reafirma o caráter público do serviço, questiona a forma como são encaminhados os percentuais de reajuste da passagem e cobra ainda compromissos de campanha assumidos pelo Governo Tarcísio. O coordenador-geral Joey de Farias, membro do Sindicato dos Bancários e Financiários de Novo Hamburgo e Região, é quem assina o documento.
Confira o texto na íntegra
Nota Oficial da CUT Regional Vale Sinos, em relação ao aumento das passagens em Novo Hamburgo. É estarrecedora a situação para quem utiliza diariamente o transporte coletivo.
A CUT Regional representa em nossa cidade milhares e milhares de trabalhadores e trabalhadoras e mais os filhos destes trabalhadores que utilizam o transporte coletivo para chegar até a escola.
Aumento das passagens?
O transporte público coletivo é um serviço essencial para a população conforme a constituição, tanto é que quando esses trabalhadores entram em greve logo os governos e empresas emanam desse dispositivo constitucional para argumentar contra greve e em geral contra reivindicações de classe do setor.
A concessão do poder público para empresas privadas prestar um serviço precede de análise de custos para viabilidade do serviço. Isso não significa que os empresários do transporte devam empatar financeiramente sob administração de tal serviço, mas de forma alguma também não podem onerar a população em benefício de lucratividade exagerada.
O interesse coletivo deve prevalecer sob o interesse individual.
As faladas planilhas de custos nunca aparecem à população, verdadeiras caixas pretas onde o único dado revelado é do percentual de reajuste necessário. Falta saber necessário para quê? Para aumentar os gordos bolsos das empresas de ônibus? Onde anda o debate com quem precisa se locomover todos os dias ao trabalho e escola? Como uma conta desta cai no colo da população como se fosse a coisa mais normal do mundo? Como se anuncia um aumento numa sexta-feira para que já na terça-feira esteja valendo? Onde está o governo popular? Os vereadores, o que fazem?
Decepcionante ver vereadores com as desculpas mais que esfarrapadas para justificar um posicionamento injustificável. Então se os trabalhadores conseguem reajuste que subam os preços, viva a inflação! Outro ponto enganoso, porque segundo o INPC a inflação acumulada de outubro é de 5,39%, ou seja, abaixo do aumento de 6,8%.
Uma administração eleita com promessas de melhora no transporte público, com proposta de passagem integrada, trabalha em sigilo um reajuste inexplicável diante do prometido em campanha, aumento de passagens só com mudanças. Os trabalhadores ajudaram a eleger esse prefeito na esperança que vícios administrativos fossem banidos, mas parece ser mais do mesmo. Assistimos um governo municipal interventor, que não respeita as instituições e incide com força em todos os planos de fiscalização. Exemplo maior que a nossa câmara de vereadores não há. Democracia com respeito às instituições não está no seu dia-a-dia.
Joey de Farias
Coordenador Geral
CUT Regional Vale Sinos
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FOTO: ilustrativa