Comando Ambiental da Brigada Militar encontrou pelo menos 10 mil animais mortos no rio nesta quarta-feira. Produto químico despejado em Novo Hamburgo pode ser causa.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Lá se vão quatro anos da maior tragédia ambiental da região, envolvendo o Rio dos Sinos, e moradores de Novo Hamburgo e São Leopoldo acordam sob o impacto de uma nova mortandade de peixes nesta quinta-feira, dia 11.
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Após relatos de grande quantidade de animais mortos boiando, nesta quarta, o Comando Ambiental da Brigada Militar realizou um sobrevôo nas duas cidades e visualizou pelo menos 10 mil sobre as águas. Ainda não há explicação exata para o que causou o acidente ambiental. A Brigada Militar garante, no entanto, que o fenômeno já foi interrompido e não há mais peixes morrendo.
No helicóptero do Batalhão de Aviação da Brigada Militar estavam: um oficial; o subchefe da Defesa Civil do Estado, major Chiocheta; e o químico da Fundação Estadual de Proteção Ambiental – Fepam, Mauro Moura. Durante o sobrevôo, verificou-se que novas mortes não ocorriam, apenas o escoamento dos peixes no sentido do Arroio Luiz Rau, em Novo Hamburgo, para o Rio dos Sinos.
EXPLICAÇÕES – Os peixes mortos foram encontrados no início da manhã, em São Leopoldo. Conforme a bióloga Cleonice Kazmirczak, da Fepam, poderiam ter morrido devido ao lançamento clandestino de carga química no rio, o que ainda não foi comprovado.
A hipótese mais provável é a falta de oxigenação na água em decorrência de matéria orgânica depositada por residências e indústrias nos arroios da região, que deságuam no Rio dos Sinos. A intensa chuva da última terça-feira, 09, pode ter empurrado ainda mais material e desencadeado a mortandade.
Prefeitura hamburguense investiga
produto químico no Arrio Luiz Rau
Na segunda-feira, 08, quem passava pela Avenida Nações Unidas, no Centro hamburguense, via a coloração azul da água do Arroio Luiz Rau. Fiscais da Prefeitura coletaram amostras para análise em laboratório e o resultado deve sair no início da semana que vem.
Ainda não há, portanto, confirmação de que os peixes mortos tenham ligação com o fato ocorrido na segunda. Uma empresa local já foi identificada e autuada. Despejou um tipo de resíduo no arroio. Caso seja comprovado dano ao meio ambiente, a multa pode variar de R$ 500,00 a R$ 10 milhões.
NOTA – Ao saber da mortandade, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente divulgou nota à imprensa. Confira na íntegra:
A Secretaria de Meio Ambiente de Novo Hamburgo (SEMAM) está empenhada no auxílio à FEPAM no trabalho que envolve a investigação da causa da morte de peixes no Rio dos Sinos. Segundo o titular da pasta, Ubiratan Hack, trabalha-se com a hipótese de que o motivo deste incidente tenha vindo do Município. As cinco equipes da secretaria estão fiscalizando as empresas que ficam as margens do Arroio Luiz Rau.
Ainda não há nenhuma confirmação de que o caso tenha ligação com o fato ocorrido na segunda-feira, 8 de novembro, quando uma empresa local (já identificada e autuada) despejou um tipo de resíduo (em análise) no Arrio Luiz Rau, deixando-o temporariamente com a cor azul.
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Com informações de Correio do Povo
FOTO: reprodução / G1