É uma responsabilidade gigantesca escrever sobre a mulher. Qualquer conceito, qualquer adjetivação serão insignificantes em relação a tantas vidas femininas que sofrem, que vencem, que lutam, que superam os obstáculos que a sociedade por séculos machista impõem. Mas, o Dia Internacional da Mulher exige que escrevamos sobre essa luta diária, ainda vista por alguns, como “mimimi”, como algo de menor relevância.
Assim sendo, considerando ser muito fácil escrever ou falar discursos que caminhem ao encontro do politicamente correto, com o endeusamento feminino, na defesa muitas vezes hipócrita de suas causas, eu opto pela informação, simples e básica, que aí sim torna-se irrefutável na conquista de espaço da mulher. Contra números, não há argumentos. Contra fatos históricos, não há o que contestar.
Vale ressaltar que do ponto de vista histórico, temos Platão com 2.500 anos de história ou Roma com mais de 2.700, ou seja, quanto falamos de evolução histórica, 15, 30, 50 ou 100 anos não representam nada. Feita essa ressalva, reitero a importância do 8 de março, pois as conquistas femininas são recentes e até certo modo incipientes, sendo necessária a afirmação constante, sob pena de possíveis retrocessos.
Alguns números, então:
- 1827 (há 197 anos) – A partir da Lei Geral, promulgada em 15 de outubro é que as mulheres foram autorizadas a ingressar em colégios e estudassem além da escola primária.
- 1879 (há 145 anos) – Permitido o acesso feminino às faculdades.
- 1932 (há 92 anos) – A mulher conquistava o direto ao voto.
- 1962 (há 62 anos) – Com o Estatuto da Mulher Casada, as mulheres casadas não precisavam mais da autorização dos maridos para trabalhar.
- 1974 (há 50 anos) – A Lei da Igualdade de Crédito acaba com a exigência de um homem para assinar um contrato quando uma mulher quisesse um empréstimo ou um cartão de crédito, em um banco.
- 1988 (há 36 anos) – A nova Constituição mulheres e homens são equiparados em direitos e deveres na legislação brasileira.
Alguns números, algumas datas, alguns referenciais. Indicadores que nos permitem refletir o quão recente são as conquistas e por isso, reitero, sim, a necessidade do 8 de março, para reforça a causa. A causa de mulheres que buscam mais espaço de trabalho, remunerações justas, incrivelmente ainda o combate ao feminicídio e tantas outras desigualdades que elas sofrem.
Não estou no lugar de fala, por isso, nesta coluna, preferi mais informar que opinar.
Elas merecem. Muito!
*Por Rodrigo Giacomet.