Natureza da instituição não permite lucro, mas dirigentes criaram uma empresa de fachada para obter recursos, diz MP.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
O Ministério Público – MP do Rio Grande do Sul desencadeou, nesta quarta-feira, dia 27, uma operação para recolher documentos que comprovem que a fundação privada Conesul, com sede em Porto Alegre, teria desviado R$ 10 milhões desde 2005.
Com apoio do 1º Batalhão de Operações Especiais – BOE e da Polícia Civil, são cumpridos 13 mandados de busca e apreensão na capital gaúcha. Do total de mandados cumpridos nesta quarta-feira, 11 são em casas, um em uma empresa de contabilidade e outro na sede da fundação.
Segundo o MP, pela natureza da instituição, a Fundação Conesul de Desenvolvimento não poderia ter lucro e todo o dinheiro arrecadado deveria ser reinvestido. No entanto, os dirigentes teriam criado uma empresa de fachada para prestar serviços e obter recursos.
O promotor de Justiça Mauro Rockenbach disse que essa empresa tinha o objetivo de emitir notas fiscais de prestação de serviços. “Essas notas fiscais serviam apenas para amparar a prestação de contas fraudulenta, já que nenhum serviço foi realizado”. A fundação realiza concursos públicos e seleções para estágios. Rockembach afirma que a instituição é investigada desde janeiro de 2010.
De acordo com o MP, os suspeitos estariam envolvidos em um concurso para oficial de Justiça, que foi anulado em 2009. Também são investigadas denúncias de que os dirigentes passavam gabaritos de provas para candidatos privilegiados.
O Ministério Público pediu a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos investigados e ajuizou ação cautelar cível solicitando o afastamento liminar dos diretores da fundação, a realização de perícia contábil, a implantação de auditoria independente, bem como a indisponibilidade dos bens móveis e imóveis deles.
Informações de Correio do Povo
FOTO: reprodução / Vinícius Roratto