Jorginho Schmidt conta sua jornada à frente da seleção masculina de vôlei da Colômbia.
Jorginho Schmidt é um nome amplamente respeitado no mundo do esporte, especialmente no cenário do vôlei. Natural de Novo Hamburgo, ele é conhecido por sua paixão pelo jogo e sua dedicação incansável em aprimorar o desempenho de suas equipes. Atualmente, ele se encontra distante de suas raízes, comandando a seleção masculina de vôlei da Colômbia. Em uma entrevista exclusiva ao O Vale, Jorginho compartilha sua perspectiva sobre essa jornada, seu trabalho com a equipe colombiana e sua saudade de casa.
Passo por um momento muito bacana, muito simbólico e principalmente de conquistas, mas de muito trabalho. É uma equipe totalmente nova. Estabeleci, desde a minha chegada, que nós íamos mudar a faixa etária e hoje a base da equipe é 22,4 quatro anos.
Você está satisfeito então?
É uma seleção muito nova e com grandes desafios porque dá muito trabalho. E esta fase aí exatamente aí, de entre os 21 e 24, tem uma definição muito grande a fazer para cada atleta. Estou contente, estou feliz, moro bem e o trabalho está surtindo efeitos.
E quais são os próximos objetivos?
Passam pelos Jogos Pan-Americanos no Chile. Até então, a Colômbia nunca tinha se classificado. A gente sabe que essa competição é considerada a terceira mais importante do mundo no masculino. O Pan-Americano praticamente se equipara ao campeonato europeu e as equipes vão com toda a força.
Que mudanças você implementou na condução dos trabalhos?
A evolução da equipe está muito clara. Basicamente aqui não se treinava dois turnos e não se treinava todos os dias da semana. E jamais se treinava sábado e domingo. Com a minha vinda, estamos treinando praticamente seis dias por semana e em jornada dupla. De manhã e à tarde. Logicamente, isso quando estamos na época de seleção.
Minha leitura do vôlei brasileiro é muito tranquila. Acho que o Brasil, tanto no masculino quanto no feminino, sempre vai estar entre as três melhores equipes do mundo. O nível que temos é muito bom, o material humano é excelente.
A CBV anunciou um novo técnico para comandar o Brasil no Pan, mas se imagina que até os Jogos Olímpicos outro nome possa surgir. Você alimenta a expectativa de treinar a seleção brasileira eventualmente ainda neste ciclo olímpico ou no próximo?
Tu sabe muito bem que a minha ambição tem logicamente que passar por seleção. Mas não é uma ambição doentia e é algo que eu penso que no momento eu não tenho que contar muito com isso, até porque eu estou num outro país. Quando eu estava no Brasil, nunca fui lembrado. Logicamente, o cargo de treinador da seleção é um cargo político. E estando em outro país, não estou exercendo nenhuma política aí de ordem esportiva no Estado, município e muito menos no País.
Como tem sido a vida distante de Novo Hamburgo e do Brasil?
Bom, a distância da minha cidade sempre é dolorosa. Dolorida, vamos dizer assim. Gosto muito de Novo Hamburgo, tenho orgulho enorme de Novo Hamburgo, tu sabe muito bem disso, eu sou um torcedor da cidade. Tentei fazer alguma coisa pelo esporte em Novo Hamburgo na Secretaria de Esporte, mas me arrependi e fiquei muito triste pela não aceitação das pessoas que comandam a cidade.
Por que?
Temos em Novo Hamburgo um grande número de empresários que gostam de esporte, que tem interesse em que o esporte progrida, mas temos que ter uma política de governo, né? Eu tentei fazer isso, aguentei dois anos e dez dias na secretaria e não me senti hábil a ficar. Não é pra mim, realmente a política não faz parte. Aliás, fez parte mas não faz mais parte dos meus objetivos.
E como tem sido a vida na Colômbia?
Bueno. Eu estou vivendo em uma cidade muito rica, Cali. É uma cidade muito bacana, uma das mais modernas que existem no mundo em qualidade de vida.
O que você destaca?
Aqui tem muito verde. É impressionante o que tem. É uma cidade que tem um investimento muito forte em ciclovias. A Colômbia é um país do ciclismo. Tanto de estrada quanto de velódromo. Então, é muito saudável, é muito bacana viver aqui.
Você mora em que região?
Moro num bairro das universidades da área da saúde. Em frente à minha casa tem a maior clínica médica do país. Quinhentos metros ou mais um pouquinho, temos três shoppings maravilhosos. Moro muito perto de uma zona comercial fantástica e principalmente no meio de vivência acadêmica.
Na área onde vivo há muitos jovens, muitas pessoas dinâmicas. Além disso, é uma cidade com uma temperatura agradabilíssima, 18, 30 graus, às vezes um pouquinho mais quente, mas nunca mais frio. Então isso por si só já explica a boa condição de fazer treinamento, uma cidade que respira progresso, bastando dizer que o slogan da cidade é “Cali, ciudad deportiva”. Então isso explica que a cidade tem um coração, uma alma ligada ao esporte.
E o que você costuma fazer por aí?
Gosto de caminhar muito, temos praças maravilhosas, parques muito lindos e como te falei, uma ciclovia, uma gama, uma rota muito grande de excelentes caminhos de ciclovia.