Proprietário da Esquina da Sorte, José Paulo Abend é acusado de realizar bolão proibido pela Caixa Federal e atendente Diane Samar da Silva de não registrar jogos vendidos.
?Felipe de Oliveira [email protected] (Siga no Twitter)
A Polícia Civil levou um mês para apontar os culpados pelo bolo dado em apostadores da Mega Sena em Novo Hamburgo.
Nesta terça-feira, dia 23, o delegado Clóvis Nei da Silva indiciou por estelionato o proprietário da Esquina da Sorte e a funcionária responsável por registrar os jogos na casa lotérica. A pena em caso de condenação é de um a cinco anos de prisão.
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O empresário José Paulo Abend é acusado de vender apostas na modalidade de bolão. Embora seja comum em todo o Brasil, essa prática é proibida pela Caixa Econômica Federal, que administra as loterias. Já Diane Samar da Silva, de 21 anos, atendente de caixa, responderá processo por não registrar os jogos deliberadamente.
MÁ FÉ – Clóvis Nei da Silva é titular da 2ª Delegacia de Polícia de Novo Hamburgo e foi responsável pelo inquérito. Para ele, não restam dúvidas. “Entendo que houve má-fé. Ela por não registrar o jogo e ele por não fiscalizar”, argumenta o delgado, destacando ainda que Abend tinha lucro abusivo com os bolões.
A Caixa Econômica Federal é que não deve ter mais problemas envolvendo o caso. Pelo menos não se depender da opinião do delegado, que considera o banco estatal uma das vítimas do estelionato. Abend e Diane responderão ao processo em liberdade. De acordo com Clóvis, ambos colaboraram com as investigações. A Esquina da Sorte teve sua concessão revogada pela Caixa no dia 08 de março.
Bolão que deu bolo
Tudo começou quando um grupo de pessoas de Novo Hamburgo e região sonhou ter ficado milionário no dia 20 de fevereiro de 2010, um sábado. Os proprietários de cotas do bolão vendido pela Esquina da Sorte tiveram seus números sorteados no concurso 1155 da Mega Sena: 20, 28, 40, 41, 51 e 58.
A alegria durou pouco, no entanto, e o sonhou virou pesadelo. No dia seguinte, a notícia de que o prêmio havia acumulado pegou novamente de surpresa os 40 apostadores. Foram atrás de seus direitos com os comprovantes vendidos pela lotérica e descobriram que o jogo premiado não tinha sido registrado.
Os lesados cobram agora na Justiça aproximadamente R$ 1,3 milhão que receberiam se o prêmio superior a R$ 53 milhões fosse divido. Quem vai pagar, não interessa. Querem que Caixa Federal, ou Esquina da Sorte, dê conta da bolada.
Com informações da rádio Gaúcha
FOTO: Felipe de Oliveira / novohamburgo.org