Um fato chamou atenção da Polícia Civil durante investigação que ocorre desde abril e que teve início quando foi registrada a primeira onda de ataques entre grupos criminosos do ano em Porto Alegre, Novo Hamburgo e Canoas. As lideranças da guerra estão em constante contato.
São 32 investigados — alvos de operação deflagrada nesta quinta-feira (8) em cinco cidades da Região Metropolitana, que mantêm negociações diárias por drogas e armas, inclusive granadas. Além disso, selam acordos, anunciam guerra entre si e delimitam territórios, tudo visando basicamente o lucro próprio.
Enquanto isso, os integrantes do baixo escalão dos três grupos inimigos, segundo apuração da 1ª Delegacia do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc), continuam com as demonstrações de poder, causando mortes e deixando pessoas feridas, inclusive inocentes. Eles também levam medo às comunidades, forçando comércio, escolas e postos de saúde a fecharem as portas.
São dezenas de mortos e feridos em confrontos entre março e abril. E, agora, outros casos mais recentes desde agosto. Em Novo Hamburgo, foram 8 mortos, no final de tudo. Em um bar do bairro Canudos, foram 3, na madrugada de 9 de agosto. No sábado anterior, 2 mortos em uma boca de drogas.
A chamada Operação Senhores do Crime é comandada pelo delegado Guilherme Dill, do Denarc, e conta com o apoio da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe). São 120 agentes, que cumprem 32 mandados de prisão temporária — sendo que 12 são contra líderes, que comandam crimes de dentro de cinco prisões — e outros 23 de busca e apreensão em Porto Alegre, Canoas, Guaíba, Gravataí e Charqueadas, segundo apurou o repórter Cid Martins, da Gaúcha.
Até as 7h30min, 20 mandados de prisão já haviam sido cumpridos — sendo 12 deles em presídios. Os nomes dos alvos não foram divulgados pela polícia, mas entre os detidos está um líder do crime, que estava com tornozeleira eletrônica e no semiaberto.
A expectativa do diretor do Denarc pode repercutir em outras regiões. Desde agosto, Novo Hamburgo foi palco de uma série de confrontos com mortes, deixando inclusive um policial ferido durante investigação em condomínio tomado pelo tráfico. As forças policiais também realizaram ações para conter essa onda de violência. Em dois atos, um motorista de Uber foi baleado na cabeça. Em outro, um policial foi baleado por bandidos.
Imagens e informações: Ronaldo Bernardi e Cid Martins/RBS