Dr. Pedro Beria, da Fundação de Saúde, ressalta que a pandemia tem exigido a atenção de todos para possíveis indicativos e a importância de se buscar ajuda profissional.
O setembro Amarelo é uma campanha nacional de prevenção ao suicídio, criada há sete anos e que ganhou ainda mais destaque nas duas últimas edições. “A pandemia de covid-19 nos tem mostrado o quanto é importante estarmos atentos para possíveis sintomas de ansiedade ou depressão”, observa o psiquiatra Pedro Beria. “E, quando detectados esses sinais, buscar ajuda imediatamente”, completa. Médico atuante no Hospital Municipal de Novo Hamburgo, ele pontua algumas ações e serviços públicos sob o foco do tema “Suicídio – Saber, Agir e Prevenir”, conforme orientações do Ministério da Saúde.
Uma coisa é certa: com atenção redobrada, pode-se vir a perceber, identificar e ajudar alguém com predisposição a querer tirar a própria vida. Lembrando: para o diagnóstico, há necessidade de encaminhamento a profissional em saúde mental, também para avaliação de risco. Confira dicas importantes com o aval do Dr. Beria:
Sinais de alerta:
• Tristeza profunda e falta de vontade para realizar atividades que davam prazer
• Preocupações excessivas, com falta de esperança e de perspectiva de futuro
• Pensamentos ou expressão de intenções de acabar com a própria vida
O que fazer para ajudar quem pensa em suicídio:
Acolha: encontre momentos apropriados e lugares calmos para conversar, sem críticas ou julgamentos. Abra um espaço de afeição e empatia, usando de honestidade, ao demonstrar a importância desse amigo ou desse familiar para o contexto de vínculo em que está inserido.
Acompanhe:
Fique em contato para saber como a pessoa está se sentindo.
Busque ajuda profissional:
Ao observar essas mudanças de comportamento, os familiares devem levar o paciente até um profissional de saúde mental para que seja buscado o diagnóstico. O ideal é poder contar com uma rede de suporte emocional – psicológica e psiquiátrica – que deve atuar juntamente com a família e/ou amigos mais próximos.
Incentive para a continuidade do tratamento:
Tanto UBSs (Unidades Básicas de Saúde) quanto USFs (Unidades de Saúde da Família), em local mais próximo da casa do paciente, estão preparadas para fazer o encaminhamento para um dos cinco Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) do Município, incluindo os espaços que atendem as modalidades Infantojuvenil e Álcool e Outras Drogas.
Saiba que a atenção se dá em rede:
Além dos CAPS e dos atendimentos de urgência, a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) conta ainda com duas unidades de Ambulatório de Saúde Mental, para dar suporte psiquiátrico aos usuários.
O Ambulatório Infantojuvenil funciona junto à Oficina de Geração de Renda (OGR), com gerenciamento da Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo (FSNH) para o atendimento, portanto, de crianças e adolescentes. Já o Ambulatório adulto é um dos serviços da Gerência de Saúde Mental, vinculada à Secretaria Municipal da Saúde (SMS). O foco se concentra em patologias da mente e/ou transtornos mentais decorrentes do uso de Substância Psicoativa (SPA), em nível de sofrimento moderado, para o público-alvo a partir dos 18 anos de idade.
Foto: Karina Moraes/FSNH