Participação não é obrigatória nesta avaliação, que será coordenada e aplicada pelo Inep, uma vez por ano.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
O Ministério da Educação – MEC instituiu uma prova nacional para o ingresso na carreira de docente para admitir professores da educação básica em todos os estados do país. A decisão foi publicada nesta quinta-feira, dia 03, no Diário Oficial da União.
A participação dos educadores não é obrigatória, e a seleção dos docentes nas redes estaduais e municipais de ensino será por adesão ao exame. Assim, as redes públicas de educação serão subsidiadas na realização de concursos públicos para a contratação de professores – um dos objetivos do projeto.
Além de selecionar os docentes, a prova nacional para professores servirá como auto-avaliação para os participantes. Chamada de “Enem dos Professores”, o exame só será aplicado para os candidatos que se inscreverem.
A avaliação será coordenada e aplicada pelo Instituto de Pesquisas e Estudos Educacionais – Inep uma vez por ano, de maneira descentralizada. Inicialmente, a idéia é que ela fosse aplicada em 2011, mas a primeira edição será no ano que vem, conforme o ministro Fernando Haddad.
A prova vai avaliar o profissional a partir de três dimensões: profissão docente e cidadania, trabalho pedagógico e domínio dos conteúdos curriculares. Serão exigidos conhecimentos em temas como políticas educacionais, gestão do trabalho pedagógico, além do domínio dos conteúdos como língua portuguesa, matemática, história e artes.
POLÊMICA – Logo que a proposta foi lançada, entidades que representam as instituições formadoras de professores e representantes da categoria questionaram o formato e a finalidade do exame. O MEC e o Inep tiverem que sentar à mesa com essas organizações para fechar a matriz e instituir um comitê de governança que dará a palavra final sobre o documento.
Segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad, “a conclusão de vários estudos é de que as provas de concurso, em geral, são mal elaboradas do ponto de vista da seleção de quem vai trabalhar em sala de aula, elas não definem claramente qual é o perfil do bom professor”.
“Nosso trabalho agora é legitimar uma matriz de referência que possa ser usada inclusive por aqueles que não queiram se valer da prova nacional.”
Melhorias na qualidade
De acordo com Haddad, anualmente cerca de 100 mil professores ingressam na rede pública. Ele acredita que a matriz pode servir de referência para que estados e municípios melhorem seus processos seletivos.
“Nosso papel é induzir. Esse trabalho causa impacto na qualidade dos concursos, independentemente da realização da prova nacional. Isso tem impacto para trás, na formação inicial, e para frente, na própria carreira.”
Ainda não há previsão de quando a primeira edição será realizada e, segundo Haddad, não há “pressa”. As entidades deverão apresentar sugestões de alteração à matriz até o fim de março.
A presidente do Inep, Malvina Tuttmann, explica que o próximo passo é fazer uma chamada pública para especialistas em educação interessados em formar um banco de itens, já que o Inep não tem questões preparadas para avaliar esse público. “Isso já vai ocorrer paralelamente. Esses profissionais serão qualificados para fazer um exame de grande escala”, disse.
O Comitê de Governança da Prova Nacional de Concurso para o Ingresso na Carreira de Docente será composto pela presidente do Inep, Malvina Tuttman, um presidente do Inep que será o secretário executivo do comitê, um representante da Secretaria de Educação Básica do MEC, um representante da Secretaria de Educação Superior do MEC, um representante da pasta e representantes e representantes do Conselho Nacional de Secretários de Educação – Consed, da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação – Undime e Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE.
Informações de portal R7
FOTO: ilustrativa