Estudantes reclamam “eleições transparentes para o DCE e para o congresso da UNE”. Acadêmicos não pretendem deixar o local no fim de semana.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
Cerca de 75 manifestantes acamparam na madrugada desta sexta-feira, dia 10, no Campus Central da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS.
Após reunião realizada no final da noite de quinta-feira, 09, eles decidiram continuar com os protestos contra o Diretório Central dos Estudantes – DCE, iniciados na quarta.
Segundo um estudante da Faculdade de Ciências Humanas, os manifestantes não pretendem deixar o local nem mesmo no final de semana. “A gente não arreda o pé enquanto não forem realizadas eleições transparentes para o DCE e para o congresso da UNE”, afirma o rapaz que preferiu não se identificar.
Apesar da manutenção do protesto, os manifestantes liberaram o acesso ao prédio do DCE após a justiça conceder liminar na tarde de quinta-feira. O aluno ressalta que o clima é pacífico no local, onde a Brigada Militar faz a segurança. Conforme ele, não houve registros de agressões.
À tarde, um grupo de representantes do DCE esteve na reitoria exigindo uma audiência com o reitor, Joaquim Clotet. Segundo o DCE, houve tumulto durante a reivindicação, mas a assessoria da universidade não confirma que tenha se tratado de uma invasão.
“A gente já tinha algumas bandeiras que estávamos levantando contra a PUC, sobre aumento das mensalidades, falta de prestação de contas e problemas com os restaurantes universitários, e tudo isso culminou com a permissão para a permanência desses manifestantes”, disse o presidente do Diretório, Thiago Brozoza.
O DCE também pediu providências à Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários para pichações e danos que teriam sido provocados pelos participantes do protesto. Segundo Brozoza, boa parte dos manifestantes — que reivindicam prioritariamente a homologação de uma chapa para as eleições da União Nacional dos Estudantes – UNE e a realização de eleições para o DCE — não são alunos da universidade.
“As eleições do DCE foram realizadas ano passado e são realizadas de dois em dois anos, e eles sabem disso”, afirmou.
Problema seria eleição
de delegados UNE
O problema, segundo ele, seria que alguns estudantes que participam do movimento teriam sido impedidos de se inscrever para a eleição de delegados UNE, que acontece no mês de julho durante um congresso em Goiânia. Na versão do DCE, eles não teriam apresentado a documentação necessária.
“Nós fizemos um edital de eleição, isso foi amplamente divulgado, inclusive no site da UNE. O único documento exigido era a declaração de matrícula que é emitida pela universidade, que custa R$ 7 por pessoa, mas que foi liberada gratuitamente para os estudantes que fossem se candidatar. O que eles apresentaram foi a grade de horários, que podem ser facilmente falsificadas”, disse Brozoza.
Uma comissão formada por manifestantes também conversou com a reitoria nesta sexta-feira. “Nós passamos o nosso posicionamento à pró-reitora Jacqueline (Moreira) e ela disse que vai fazer o possível para homologar a nossa chapa. Além disso, pedimos para a reitoria viabilizar uma audiência pública para explicar tudo isso que está acontecendo”, disse o estudante de Direito Rafael Moraes, que participa do protesto.
Através do site, a universidade informou que está acompanhando o processo, as solicitações dos alunos e mediando o diálogo entre o movimento e o DCE.
Informações de ZeroHora.com
FOTO: reprodução / Jean Schwarz-Agência RBS