Para ministro, é “pretensão” dizer que já compreende os protestos pelo país. Para o ministro, quem “se fechar” para o movimento dos protestos e para as reivindicações, vai andar na “contramão da História”.
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O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, afirmou nesta terça-feira, dia 18, que busca compreender os protestos organizados pelo país na segunda e que, no momento, ainda não tem uma “resposta”.
Carvalho participou de uma sessão da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle do Senado.
“De fato, está difícil entender. Nós somos acostumados com mobilização com carro de som, com organização, com gente com quem negociar e liderança com quem negociar e poder fazer um tipo de acordo. Agora eles mesmo dizem ‘nós não temos uma liderança, são múltiplas lideranças, nós não temos carro de som’. Não tem um comando, um comando único, e portanto se torna extremamente complexo o processo de compreensão ,de entendimento e de multiplicidade das manifestações internas”, afirmou o ministro.
“Seria muita pretensão achar que a gente compreende já o que está acontecendo. A primeira atitude de humildade é buscar entender a complexidade do que está ocorrendo”, completou.
Para Carvalho, o fato de tantas pessoas terem aderido aos protestos em diversas cidades mostra que há uma “base material de descontentamento”.
Reivindicações
Carvalho disse também que tem conversado com algum dos manifestantes e reconheceu que o transporte coletivo, um dos pontos reclamados nos protestos, necessita de melhoria.
Ele afirmou ainda que o governo deve estar atento à questão da Copa do Mundo, já que muitos manifestantes defendem que o dinheiro usado para o torneio deveria ser investido em outras áreas do país.
“Na questão da mobilidade urbana nós realmente temos problema. A frota de ônibus de São Paulo é mais ou menos a mesma de 7, 8 anos atrás, com número muito maior de passageiros. Temos um problema grave no transporte aqui em Brasília. A questão da Copa. Nós temos que estar atentos. Os jovens me jogavam na cara ontem: ‘O Mané garrincha fica a 2km do Hran, um hospital aqui em Brasília. No Mané vocês gastaram R$ 1 bilhão e o Hran está cheio de problema.’ ”
Para o ministro, quem “se fechar” para o movimento dos protestos e para as reivindicações que estão sendo feitas vai andar na “contramão da História”.
“Então se a gente não for sensível, se a gente se fechar a esse tipo de reivindicação, nós vamos na contramão da História. Temos que estar sensíveis, temos que acompanhar, tentar entender e abrir canais de conversa, mesmo que mais complexos, mais difíceis, porque, insisto, são múltiplas expressões.”
Informações de Portal G1
FOTO: reprodução / portal g1