As áreas ainda necessitam de estudos detalhados. Porém antes mesmo de chegar ao lixão, na rua, é possível sentir a contaminação pela destinação inadequada dos resíduos.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
O lixão de Gramacho considerado o maior da América Latina será desativado na sexta-feira, dia 1° de junho, após 34 anos recebendo todo o tipo de resíduo, sem uma avaliação que aponte o real tamanho da sua contaminação ambiental.
Instalado sobre um mangue às margens da baía de Guanabara e na confluência dos rios Sarapuí e Iguaçu, em Duque de Caxias, Rio de Janeiro, o aterro recebeu ao menos 70 milhões de toneladas de lixo sem qualquer proteção.
Segundo o Instituto Estadual do Ambiente- Inea, não há análises da contaminação e as áreas de mangue ainda necessitam de estudos detalhados para um diagnóstico conclusivo. Antes mesmo de chegar ao lixão, na rua, já é possível ver e sentir a contaminação e a degradação gerada pela destinação inadequada dos resíduos.
Detectar a contaminação de Gramacho ao meio ambiente é ainda mais difícil porque ao redor dele existem ao menos 42 lixões clandestinos, sendo 21 ainda ativos. De acordo com o Inea, somente com o fim dessas áreas será possível continuar estudos para gerar mais subsídios para a correta remediação dos danos causados por Gramacho, principalmente à fauna e flora no entorno da baía de Guanabara.
A direção da Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio – Comlurb, responsável pelo lixão, afirmou que não há contaminação ambiental porque o aterro está controlado e sobre uma camada de 17 metros de argila naturalmente impermeável.
De acordo com o Inea, análises do solo e água subterrânea feitas pelo consórcio contratado pela própria Comlurb para administrar o lixão apontam a presença de metais como chumbo, crômio, ferro e níquel que seriam apenas dos lixões clandestinos.
Por dia, o lixão de Gramacho chegou a receber 9.000 toneladas de lixo do Rio e de ao menos oito municípios da região metropolitana: Duque de Caxias, São João de Meriti, Nilópolis, Queimados, Mesquita, Nova Iguaçu, Guapimirim e Petrópolis.
Para a desativação do lixão de Gramacho, a prefeitura já desembolsou ao menos R$ 93,1 milhões entre indenização aos catadores e o montante repassado desde julho de 2007 ao consórcio responsável pelo gerenciamento da área em Duque de Caxias.
Informações de Folha.com
FOTO: Christophe Simon/France Presse