Desde que mãe e filha se conheceram, há seis anos, nunca mais se desgrudaram. Rosi e Duda formaram uma família muito feliz, onde a rotina de uma é completada pela companhia da outra.
Cristiane Cunda – [email protected] (Siga no Twitter)
O amor e cumplicidade entre Rosângela Hansen, 47, e Eduarda, sete anos, é claramente expressado por gestos e palavras de carinho. Mãe e filha se conheceram há seis anos, por um grande desejo de Rosi (como gosta de ser chamada) de viver a maternidade.
“Eu sempre quis ser mãe e minha opção sempre foi a adoção. Mas primeiro busquei estar financeiramente bem. Comecei a ter proximidade com as crianças do Lar da Menina de Estância Velha, ajudava nas festas, levava as meninas para passear”, afirma.
O irmão de Rosi, que também freqüentava o Lar, foi quem a avisou que Eduarda havia chegado lá. E foi amor à primeira vista. “Ela tinha um ano, estava desnutrida e tinha feridas pelo corpo, mas imediatamente eu grudei nela. Levava para passear, ela ficava comigo nos finais de semana e começamos a estabelecer vínculos”, recorda.
Rosi lembra que as saídas e voltas do Lar causavam muito sofrimento e chegavam a deixar a menina doente. “Era horrível ter que devolver a Eduarda no final no domingo. Ela ficava mal, tinha febre e o médico concluiu que era emocional. Eu já havia encaminhado o pedido da guarda dela, e alguns meses depois ela ficou bem doente, e o Lar consentiu que ela ficasse direto comigo”.
Desde então, mãe e filha não se desgrudaram mais. A guarda definitiva saiu apenas quando a menina já tinha seis anos. Rosi diz que a burocracia e morosidade do processo de adoção é o que faz muita gente desistir.
“Eu sempre quis ficar com ela e venderia tudo que tenho para brigar na justiça pela guarda da Duda. Mas essa insegurança que o processo causa é complicada, você tem que estar psicologicamente muito preparado”, destaca a mãe.
“Nunca tive medo de ser pai e mãe”
A maternidade já era uma idéia bem amadurecida e não deixou Rosi assustada. Quando conheceu Duda, estava pronta para adotar sozinha uma criança e afirma que isso não atrapalhou em nada o processo.
“Ser sozinha não foi fator de dificuldade. Você tem que provar que é uma pessoa equilibrada, tem emprego, condições de sustentar a criança. Nunca tive medo de ser pai e mãe, eu encaro tudo numa boa. Além disso, minha família me apóia muito e todos amam a Duda”, ressalta.
Orgulhosa de sua filha, Rosi afirma que a menina é só elogios por onde passa. “Tudo é gratificante. Já tinham me falado que uma criança adotada é mais amorosa pela gratidão e não sei se é por isso, mas a Duda é muito carinhosa.”
“Minha vida é ela”
A rotina diária das duas é estabelecida pelas atividades de Duda. Rosi afirma que mudou muito desde a chegada de sua filha. “Ela tem muita energia e já acorda com um bom humor impressionante. Ela enche a minha vida e é tudo em função dela. Meu dia pode ter sido péssimo, eu chego eu casa e ganho um abraço, um sorriso e tudo passa.”
O amor da mãe é elogiado por Duda. “Ela é muito querida e amável. Gosto de quando saímos para passear, de dormir com a mãe quando está frio e do colinho dela. Sou muito feliz”, conta.
A mãe conta que a pequena já tem noção de solidariedade e não se importa em dividir e doar suas coisas. E Duda faz planos de quando crescer, também adotar uma menina. “Ela é como eu, sempre sonhei em ter uma menina”, conclui.
Fotos: Cristiane Cunda / novohamburgo.org