Ex-presidente afirmou que Dilma é alvo de “mais preconceito” do que ele. “Setores conservadores estão colocando as unhas de fora”, declarou.
Da Redação [email protected] (Siga no Twitter)
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez nesta terça-feira, dia 23, durante discurso no Festival da Mulher Afro, Latino-Americana e Caribenha, em Brasília, uma defesa enfática da presidente Dilma Rousseff e disse que ela sofre “preconceito” de “setores conservadores”.
Após as manifestações que tomaram as ruas do país, pesquisas de popularidade mostraram forte queda no percentual de brasileiros que aprovam o governo Dilma.
Pesquisa Datafolha divulgada no último dia 27 indica que o índice de eleitores que consideram o governo ótimo ou bom caiu de 57% para 25%.
Para Lula, Dilma está sendo tratada com “mais preconceito” do que o sofrido por ele. O ex-presidente defendeu as respostas de Dilma aos protestos, como o programa Mais Médicos, que, entre outros pontos, prevê trazer médicos estrangeiros para atuar em áreas pobres do país.
“Eles agora estão com preconceito contra ela maior do que tinham contra mim, a maior falta de respeito com uma mulher da competência da companheira Dilma. Será que eles têm falta de respeito com a mãe deles como têm com a Dilma? A Dilma não é nada mais do que uma extensão da gente lá”, disse Lula, sem especificar a quem estava se referindo.
Segundo o ex-presidente, os “setores conservadores” estão colocando as “unhas de fora”. “Nós somos responsáveis pelos acertos e pelos erros. Mais uma vez, os setores conservadores estão colocando as unhas de fora. A luta, companheiros, continua”, afirmou.
Mais Médicos
O ex-presidente também comentou sobre o programa “Mais Médicos”, lançado pela presidente Dilma e defendeu a proposta de se trazer médicos estrangeiros para atuar em áreas pobres do país.
“É preciso melhorar a saúde, sim. Se os médicos brasileiros não querem trabalhar no sertão, que a gente traga médicos de fora. Ninguém quer tirar emprego de ninguém. Longe de mim tirar emprego de médico brasileiro, mas o que quero é dar emprego em lugar aonde não tem médico”, disse.
Lula também se opôs a críticas de que os médicos estrangeiros contratados pelo governo deveriam fazer o “Revalida”, exame nacional de diplomas médicos expedidos por instituições de educação superior estrangeiras. Para o Conselho Federal de Medicina, os médicos que se formaram no exterior precisam ter os conhecimentos testados.
“Volta, Lula”
Em entrevista após o evento, Lula foi questionado por jornalistas sobre o movimento “Volta, Lula”. Parlamentares petistas próximos ao ex-presidente vêm defendendo que ele concorra à Presidência em 2014.
“Não existe essa possibilidade, querido. Eu, se pudesse, ia votar a jogar bola, mas o Felipão acho que não está me olhando com bons olhos”, respondeu o ex-presidente.
Lula também negou que setores do PT estejam descontentes com Dilma. “Eu não sei quem descobre umas divergências que não existem. Eu fui presidente da República e muitas vezes não pude ir a uma reunião do Diretório do PT e nem por isso teve divergência. O PT apoia 150% a presidenta Dilma, quiçá 200%. Não há hipótese de ter divergência que não possa ser superada. Se tiver alguma coisa, será discutido entre o partido e a presidenta”, afirmou.
Informações de Portal G1
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