Ex-presidente falará sobre democracia participativa na Tunísia e no Egito, para onde foi convidado por líderes de rebeliões.
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Vencido o prazo autoimposto de seis meses para “desencarnar” da Presidência, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu concentrar esforços na agenda internacional e em ações que evitem tentativas de equiparação entre seu governo e o do tucano Fernando Henrique Cardoso.
“Vou me meter menos no Brasil porque aqui tem governo”, disse o ex-presidente, em uma visita do Sindicato dos Bancários de São Paulo, na última quarta-feira, dia 29. Lula, que nos últimos meses se tornou alvo de críticas por supostas intromissões no governo Dilma, estará entre os dias 11 e 13 deste mês na Tunísia e no Egito. Nos dois casos ele foi convidado por movimentos que lideraram as rebeliões.
Na Tunísia, foi convidado pelo Partido Democrata Progressista, um dos pilares dos protestos que levaram à queda do ditador Bem Ali e que agora integra o governo de transição. No Egito, Lula fará uma palestra na Biblioteca de Alexandria a convite da Fundação Nebny, que apoiou a rebelião contra a ditadura de Hosny Mubarak. O convite é assinado por Wael Ghonim, presidente do Google no Oriente Médio e um dos símbolos do movimento contra Mubarak, além de outros quatro jovens que lideraram os protestos. Nos dois eventos o tema será a democracia participativa.
No âmbito interno, Lula prepara a realização de dois documentários. O primeiro sobre as visitas que recebeu no Palácio do Planalto. A ênfase será dada em catadores de papel, sem-terra, sem-teto e integrantes de outros movimentos populares que até então nunca tinham entrado no centro do poder. O segundo sobre as dezenas de conferências temáticas realizadas em oito anos de governo com participação dos mais diversos setores da sociedade.
Memórias do governo Lula e
auxílio a novos candidatos do PT
Além disso, o ex-presidente prepara um livro com relatos de “50 ou 60” representantes de setores da sociedade que vão falar sobre as benesses alcançadas no governo Lula. O livro será a primeira etapa de um projeto maior de criação de uma editora ligada ao ex-presidente.
Outra iniciativa é um museu que possa abrigar o acervo acumulado por Lula na Presidência. Para evitar que o museu se transforme em uma espécie de monumento a ele mesmo, Lula quer fazer um museu da democracia, interativo como o Museu do Futebol e o Museu da Língua Portuguesa, onde, com ajuda da tecnologia, o visitante possa ser lançado no meio de um comício pelas Diretas Já ou uma assembléia de metalúrgicos do ABC.
No ano que vem, Lula deve rodar o país a pedido do PT para ajudar os candidatos do partido nas eleições municipais. É também nesta condição que o ex-presidente tem mantido uma intensa agenda de encontros e conversas com os principais atores políticos, a exemplo da ida a Brasília para ajudar na crise envolvendo o ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci.
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FOTO: ilustrativa / gazetadaparaiba