A Abdo Advogados intermedeia a vinda da chinesa UpTop Trading, que planeja produzir mil pares/dia de esportivos
Jamil Abdo, sócio-presidente da Abdo Advogados está representando juridicamente no Brasil a empresa chinesa de calçados, a UpTop Trading, dirigida por Fuzhou Fujian. Porém, quem esteve em Novo Hamburgo, na semana passada, foi o responsável técnico e representante legal da empresa, Yunzong Zhou (Stany), que veio ao País para realizar parcerias com empresas sistemistas que irão montar os produtos provenientes da empresa UpTop, na China. Zhou esteve reunido na sexta-feira, dia 29 de fevereiro, com o prefeito de Novo Hamburgo, Jair Foscarini, buscando apoio para a instalação da empresa na cidade.
Para o advogado hamburguense a principal motivação da direção chinesa para se instalar no Brasil é só de logística. A empresa está quebrando um tabu e seu planejamento prevê o desenvolvimento de um projeto piloto que irá atender os consumidores de calçados do Rio Grande do Sul. O objetivo é ir expandindo a comercialização de sapatos para outros estados brasileiros.
Num período de cinco anos o empreendimento deverá ser estendido para outros países da América Latina. “A empresa quer se instalar no Brasil objetivando otimizar o mercado e minimizar os problemas de sinistros no deslocamento de seus produtos no Brasil e pela América Latina”, diz Abdo.
Ele conta que a direção da UpTop tem se deparado com algumas dificuldades. Eles não entendem a propriedade privada. Eles estão assustados com o peso da carga tributária, o preço da mão-de-obra e da energia elétrica. “Mas estamos falando de um grande player mundial que precisa entrar aqui e em outros mercados mundiais e quer quebrar barreiras para tal”.
Jamil Abdo diz que o assunto envolve o seguinte raciocínio. Até bem pouco tempo se analisava que o Produto Interno Bruto – PIB, se media só pelo que um País produzia internamente. Hoje a medida é feita a partir do que tu produzes internamente aliada a posição mundial que você ocupas.
O advogado brasileiro diz que o Yunzong Zhou (Stany) depois de deixar o Brasil se dirigiu para Los Angeles para encontrar investidores e discutir o projeto. Quando chegar a China, o empresário deverá enviar para o advogado hamburguense os documentos da pessoa jurídica a fim de que seja traduzido no Brasil, por tradutores autorizados da União. Posteriormente os papéis serão enviados novamente de volta a embaixada do Brasil, na China, para serem autenticados. Quando os papéis chegarem ao Brasil, reconhecidos, começará o processo de criação jurídica do empreendimento.
A Uptop é uma empresa que tem 5,3 mil funcionários diretos e mais de 25 mil indiretos, mantendo negócios na China, Canadá e Europa. A proposta agora é entrar no mercado brasileiro, sendo que na primeira fase serão montados calçados com empresas parceiras e na segunda será criada e registrada uma marca no Brasil.
Segundo o advogado Jamil Abdo, a montagem de calçados inicia com 1000 pares diários, gerando 200 empregos diretos. Em três anos a proposta é alcançar uma produção de 10 mil pares/dia, chegando a mil empregos diretos e três mil indiretos.
O projeto é bem ousado, pois após os três primeiros anos, a UpTop pretende abrir uma rede de lojas especializadas no segmento esportivo em parceria com investidores nacionais.Em cinco anos, devem estar em funcionamento 220 lojas, que irão gerar 2,4 mil empregos diretos.
Para implantação desse projeto no Rio Grande do Sul, a empresa busca incentivos, como arrendamento ou construção de uma área fabril com cinco mil metros quadrados, cedidos para a empresa por 10 anos, renováveis por mais dez anos e com preferência de compra no final. Também busca redução de impostos, como Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN) e Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 1,2% por 10 anos, sendo que o benefício se estende à importação de matérias primas e componentes desonerando a empresa de pagar estes impostos no momento da nacionalização dos mesmos.
