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Reportagens

Pegadas Urbanas – parte 7

EditorPor Editor7 de junho de 20079 Mins Leitura
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Os deserdados da ordem

Como o flâneur, existem várias pessoas que vagam sem rumo (claro que ele transforma sua ociosidade em valor). Ainda sentado num dos bancos da praça, ele avista Bruxel, um dos personagens que passaram a freqüentar o local entre os anos 60 e 70. Ele foi o verdadeiro estereótipo do vagabundo: levou uma vida errante, vagueando por todos os lados, tal um nômade sem tempo nem existência, perambulando pelas estradas sempre de posse de seu saco vazio.

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Se de dia sentava num dos bancos da 14 de Julho, à noite dormia nas soleiras da estação do trem: “eles (o resto da humanidade) pensam que eu sinto frio… dormi a noite inteira, e quentinho…. embrulhei-me nesta matéria plástica e me esquentei com o calor”. Ele foi uma espécie de vagabundo-poeta-filósofo-errante. Lia seu jornal com compenetração filosófica, raramente sorria e seus pensamentos vagavam.

Feliz na solidão, sem atração pelas coisas materiais, esperava o momento derradeiro, quando seria enterrado como indigente, sem acompanhamento nem flores… a vida já se lhe tinha esvaído. Medonho foi outro personagem que passou a fazer parte da fisionomia urbana nos anos 70 e 80.

A princípio não incomodava ninguém, mas era incomodado por alguns. Sua fúria ficava por conta daqueles que tentavam tocar no saquinho de matéria plástica que carregava consigo e onde guardava toda sua fortuna. Encostar em seu tesouro significava atingi-lo profundamente. Daí lhe advinha uma violenta crise.

Tal fato passou a fazer parte de divertimento geral. Sua aparência era esdrúxula: altura não maior de 1,50 metro, idade indefinida (podia ter tanto 16 como 25), magro e de membros pequenos com extremidades de tamanho aquém do proporcional, olhos tristes como a luz mortiça de duas velas, crânio infantil com rosto encavado, tez amarelada pela palidez, barba rala, chapéu grande e desabado, roupas sujas e surradas, largas e folgadas, revelando que o antigo proprietário era maior, sapatos (quando não descalço) de igual forma.

Com o passar dos anos, sua condição mental agravou-se: passou a apedrejar vidraças ou os próprios passantes; a se atirar debaixo dos automóveis em pleno movimento; a fazer streap-tease no Café Avenida; a se deitar no corredor dos edifícios; a botar fogo nas portas das residências cujos proprietários negavam-lhe papel velho. Tornou-se, com tudo isso, um caso de polícia ou de saúde pública. Um dia até foi útil: distribuía convites de enterro.

Uma terceira figura bastante conhecida de todos, nos anos 90, foi o Macuco. Este sempre foi querido pela população em geral. Um dia sumiu e todos ficaram preocupados. Reapareceu nas Bancas para o seu costumeiro pão com schimier e nata e café preto, “cheio de causos e recebendo muitos abraços pela sua aparição”. Um conhecido hamburguês, resgatado que fora pelos salva-vidas, recebeu a sugestão de adotar alguém como compensação pela graça recebida. Pensaram no Macuco.

Outros tantos vagabundos típicos dos grandes centros passaram a freqüentar a praça. As fisionomias não diferem muito. Alguns traços são bastante comuns: olhos esbugalhados, rodeados de olheiras profundas, barba e bigode, charutos ou cigarros de palha no canto da boca, chinelo num pé e no outro sapato sem sola, roupas sujas, rasgadas e multicolores devido aos remendos, pinga numa das mãos e chapéu para esmola na outra.

Quando doentes, são tratados com indiferença. “Oito e meia da manhã e o cara estendido em plena praça dos Imigrantes, botando sangue pela boca… na calçada um monte de gente passando”, observa o flâneur.

Também os menores abandonados e delinqüentes tomaram conta da praça a partir da década de 60. Em bandos, onde cada um era mais ou menos sujo do que o outro, andavam descalços fazendo pirraças. Como afazer principal e fonte de renda, possuíam a caixa de engraxate. Esta nada mais possuía do que algumas poucas latinhas de graxa, o pano e um vidro para água. Por pouca coisa se engalfinhavam, brigavam e rasgavam-se em pleno passeio público.

O flâneur ouve a reclamação do dito cidadão: “destratam-se interrompendo a passagem dos transeuntes e fazem chegar aos ouvidos destes palavras que nem sempre são encontradas em dicionários”. Como fuga, a maioria tinha o saco de cola, o qual cheiravam em plena luz do dia.

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Ao lado dos vadios, indigentes e menores abandonados, estavam travestis e prostitutas. Na década de 80, tendo como ponto a praça, os travestis começaram a gerar polêmica e receber maus tratos. Chegaram a reivindicar uma rua específica para seu livre trânsito, longe das batidas da violenta polícia local. Houve quem denominasse a pretensa rua de “veadódromo”. Na prostituição, havia cada vez mais menores de idade. Com desavenças em casa e a rua como única saída, meninas recém-mulheres passaram a disputar palmo a palmo as calçadas da praça com as mulheres da noite e os homossexuais.

A praça também tornou-se lugar das recordações. E isso é algo típico do flâneur. Com a correria urbana inerente ao próprio desenvolvimento, somente aqueles que já deram “seu quinhão em prol do engrandecimento de Novo Hamburgo” podem se reunir nos bancos do logradouro central para relembrarem com saudades tudo que viveram no passado.

O flâneur observa um ancião tentado atravessar a rua: “seus olhos cansados mal divisam o outro lado da rua, mas seus corações sentem a vibração, os ruídos e a agitação da cidade que cresceu”.

Ao longo dos tempos, inúmeras foram as tentativas de reabilitar a praça nos moldes desejáveis e ditos decentes. Já com novo aspecto, na década de 70, promoveu-se um desfile de moda junto à fonte de águas dançantes (a apresentação foi interrompida na metade devido a forte chuva).

Na esteira da remodelação, a garotada ganhou um play-ground aerodinâmico que lembrava a conquista espacial. Se antes as crianças sonhavam que a praça era um campo de batalha, onde o coreto era o castelo, as árvores eram o exército inimigo e os pássaros o auxílio vindo de Deus, na nova praça as novas crianças passaram a sonhar com espaçonaves e viagens interplanetárias.

Os adultos ganharam uma concha acústica sobre a casa de máquinas do chafariz. Sua inauguração contou com a apresentação de um coral: “o espetáculo, apesar do barulho dos veículos, foi impressionante… em primeiro plano, a fonte de águas dançantes fazia evoluções ao ritmo das músicas apresentadas pelo coral”, lembra o flâneur.

Na época natalina a praça amiúde ganha um colorido especial. Sua ornamentação é completa: pinheiro iluminado por potentes refletores; árvores com bolinhas coloridas, estrelas e velinhas acesas; presépios representando a história do nascimento do Cristo. Também papais-noéis recolhendo lista de presentes, luzes e outros tipos de arranjos em casas e lojas comerciais são vistos.

Apesar das tentativas de tornar o local “agradável” (ou restrito somente aos cidadãos desejados), a praça 14 de Julho transformou-se em praça dos Imigrantes. Não só a mudança de nome foi sentida. Sentiu-se saudades dos tempos passados.

Num ímpeto de saudosismo, o flâneur desabafa: “Onde está a praça que estava ali? Não sei… Sumiu; arrancaram tudo, demoliram o Coreto, não tem mais flores, não tem mais jardim. Que saudades eu sinto do Coreto nos dias de festa; muita gente assistindo, vibrando, aplaudindo a retreta. Era a praça ‘Quatorze’, coração da cidade, reunindo para a festividade. E nos carnavais! Vinham os blocos, o povo aplaudia; aglomeração, discussão, opiniões diferentes. O povo subia nos bancos, gritava, vibrava, ria a valer. Era o máximo a grande festa, o encontro de todos, ali na praça. Depois vinha a Bandinha, sempre aos sábados dar espetáculo. A praça cheia; crianças, homens, mulheres, velhos, moços, enfim… todos na praça a ouvir os acordes e esquecer a tristeza. Hoje não tem mais praça; mas algo surge no local, acompanhando a evolução. Tudo cresce; é o progresso. E Novo Hamburgo cresce junto, é destaque no Brasil, e nos dá satisfação. Não temos mais a Bandinha, o que nos resta é a saudade dos momentos alegres, felizes, que ali vivemos. Mas eis que surge a beleza. No mesmo local da praça, uma obra-prima encantadora, bela como a natureza. Um presente ao hamburguês, uma idéia muito feliz. Onde ontem tinha a praça, hoje tem o chafariz”.

Para o flâneur, torna-se intensa a saudade da outrora praça arborizada, limpa, florida, “onde os passarinhos completavam o esplendor da natureza ali presente”, onde havia bancos à sombra das árvores centenárias, bandinhas no coreto, crianças correndo por sobre passeios de pedrinhas brancas, luz incandescente, adultos com seus encontros e desencontros.

As linhas arquitetônicas modernas trouxeram o concreto, o lago artificial, a ausência de árvores e o som estereofônico (para martírio dos moradores e lojistas da vizinhança). “Por que as mocinhas de hoje não podem passear na praça? Mesmo com seus pais e namorados o risco é o mesmo: assaltos, tiros, esfaqueamentos, estupros”, conclui.

Nos anos 80 e 90, as moças endomingadas dificilmente passeiam na praça. Primeiro porque poucas ainda freqüentam a missa. Os namoros de outrora, com mãos dadas significando casamento, foram enterrados. Poucos jovens casais andam entre os artesãos ali instalados.

O flâneur vê uma jovem que foi direto aos brincos. Escolheu, olhou, perguntou preços e até decidiu, só que o brinco que ela escolheu era para o seu namorado. Em segundo lugar, porque os ditos maus elementos passaram a imperar no local. À noite, a situação se agrava. Com a falta de iluminação férrica dos tempos anteriores, a praça tornou-se espaço degradado de uma sociedade degradada.

O local passou a ter entre seus usuários bêbados, mendigos, punguistas, prostitutas, travestis, menos colonos “sem-terra”. Quando estes fizeram sua caminhada pelas ruas centrais, a iluminação da praça foi desligada, somente retornando quando os “indesejados” tinham passado.

A concha das grandes apresentações tornou-se espaço do novo espetáculo urbano. O flâneur observa “um velhinho e duas velhinhas que tomam chimarrão na concha acústica ereta sobre fedorentos banheiros onde se paga dois cruzeiros por mijada, vendo o passeio de tantos carros novos”. Poucos atos públicos são realizados ali. Passou-se a usar o pódio instalado de frente para a avenida, interrompendo assim o trânsito.

Também os atos cívicos foram aos poucos sendo esquecidos. O fogo simbólico, que até meados dos anos 70 era recebido com cortejo, banda de música e fogos de artifício, com bandeirinhas de todos os Estados da Federação e “palavras de nossos eloqüentes patrícios” perdeu seu valor.

A honra de ser escalado como guarda simbólico do local deixou de existir. Raros são os estudantes que sequer permanecem junto à Pira da Pátria. Ao invés da posição de sentido, cadeiras para não cansar. A praça abandonou sua aparência ingênua dos tempos da emancipação. O fluxo diário de pessoas, agora atraídas unicamente pelas atividades econômicas da área central, fizeram da praça um local onde as raízes não se fixam. Um ponto obrigatório em meio à cidade, porém um ponto de passagem. O cotidiano revelado não foi mais o do discurso oficial, que exclui os excluídos. Passaram a atuar os atores anônimos, frente a elites e autoridade locais.

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